Jandira Feghali: Trabalhadores no centro da luta de resistência

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) veio prestigiar o 4º Congresso Nacional da CTB, que começou nesta quinta-feira (24), em Salvador, e falou da importância da central nas lutas políticas e sociais do país. A parlamentar destacou que a CTB tem atuado em várias frentes, desde a defesa da democracia até a organização e conscientização da classe trabalhadora.

Jandira Feghali no 4º Congresso da CTB

CTB: Qual sua expectativa em relação ao Congresso?

Jandira: Primeiro, é um orgulho participar do Congresso, porque essa central, em pouquíssimo tempo, se impôs no cenário político brasileiro e cresce de forma geométrica. Essa Central lutou demais nesse período inteiro, não só na resistência, mas jogando perspectiva e esperança na mudança e na organização dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros, em uma visão classista e absolutamente correta. Tem feito isso heroicamente nas batalhas do povo brasileiro, não apenas na perspectiva sindical, mas na defesa do território, da nação, da identidade brasileira, do Estado nacional, da democracia e a luta anticapitalista. Eu tenho muito orgulho das lutas que essa central vem fazendo em resistência ao golpe e a esse momento de financeirização do Brasil. Eu não poderia deixar de prestigiar a abertura do evento. Sei que será um congresso exitoso, que vai analisar esse momento histórico e estabelecer uma nova agenda de luta e trabalho, montando essa frente unitária de luta, que a central tem desenvolvido com as outras centrais e entidades que o povo brasileiro construiu.

Diante desse momento de perda de direitos e de desmonte do Estado, qual a importância do movimento sindical?

A importância é que os sindicatos e as centrais representam a classe trabalhadora. Não há como fazer transformação sem colocar a classe trabalhadora no centro da luta. Há a uma luta institucional, que a gente desenvolve e que a CTB compreende; há uma luta nas ruas e há uma luta de organização e conscientização da classe trabalhadora. A CTB atua nos três fronts.

Qual sua avaliação sobre o momento político em que vivemos?

Nós temos de deslocar essa elite nacional e internacional que ocupou o poder e construir outro projeto nacional para o Brasil, onde a democracia seja reposta, mesmo que ainda limitada, por ser uma democracia burguesa, e que nós possamos soerguer um projeto de desenvolvimento que inclua o povo, os trabalhadores e trabalhadoras, que a gente recupere os direitos perdidos e conquiste outros. Nós temos de acreditar que esse déficit democrático será superado.

Como estão as discussões no Congresso em relação à reforma da Previdência?

A reforma da Previdência é uma reforma de completa exclusão, principalmente para os trabalhadores de baixa renda. Ela não foi colocada em pauta, não por falta de vontade dessa elite, mas porque houve uma resistência nas ruas. Estamos próximos de um ano eleitoral e os parlamentares estão com receio de votar. O governo receia não ter os 308 votos necessários. Nossa preocupação maior é que partes dessa reforma, que são muito excludentes e perversas, podem passar fora de uma emenda constitucional. Então, nossa solução está no plano político, de tirar esse governo.