Debate em São Paulo discutiu teses ao 14° Congresso do PCdoB

Na segunda-feira (14/08) foi realizado o debate das teses ao 14° do PCdoB. O responsável pelo debate foi o vice-presidente nacional do partido, Walter Sorrentino. Na abertura, Jamil Murad, presidente do municipal paulistano, organizador do evento, destacou a importância da discussão nesta hora de dificuldades para o país. “O partido analisa o passado, o presente e o futuro e por isso todas as lutas progressistas e libertadoras tiveram a presença do PCdoB”, afirmou Jamil.

plena - Moacir Gonçalves

Walter também destacou a importância do debate com a sociedade. Inicialmente, ele destacou que o título do documento – Frente ampla: novos rumos para o Brasil – democracia, soberania, desenvolvimento, progresso social – é uma espécie de resumo da tese, de como pensa o PCdoB nesta quadra histórica nacional.

O Golpe contra a vontade popular agravou todos os problemas sem apontar uma saída. E nisso reside o seu ineditismo. Das muitas crises e golpes pelas quais o Brasil passou, esta traz em seu bojo a falta de perspectivas para sua superação. Para o dirigente a atual conjuntura é imprevisível, mas tem um rumo antidemocrático, autoritário e neocolonialista. E nisso reside, mais um problema do golpe, desta vez os brasileiros não enfrentam apenas o projeto excludente neoliberal. “Enfrentamos o neocolonialismo, o retorno à submissão dos interesses nacionais às vontades imperialistas; os comunistas sempre foram nacionalistas, pois temos a clara noção da importância de um projeto de nação”, afirma.

As teses destacam que o golpe uniu as elites com o objetivo de encurtar o caminho e garantir seu retorno ao poder central, após quadro derrotas eleitorais consecutivas, com o objetivo de impor reformas conservadoras. Há muitas contradições na elite, fruto das disputas internas pelo poder, mas há unidade na hora da implantação das reformas. Assim, estão unidos e desunidos ao mesmo tempo.

Mas essa loucura tem méritos. O mérito de colocar no primeiro plano os seus interesses por mais lucros e por menos salários e direitos aos trabalhadores; a exemplo do que vem acontecendo em outras partes do mundo. Porém, Temer vai se tornar dispensável se conseguir implementar as reformas. Com isso, a grave crise social pode aumentar. Mais desemprego, mais violência e falência de estados como o Rio de Janeiro, com efeitos indescritíveis nas populações da periferia, em especial da mulher e do jovem negro.

Finalizando, Walter analisa que o momento é de apontar saídas e acumular forças na resistência. Para isso, o PCdoB propõe a construção de uma frente ampla, com um núcleo de esquerda que apresente perspectivas e rumo, mas uma frente que reúna os diversos setores progressistas da sociedade. “A obrigação das forças progressistas neste momento é ouvir o povo, apresentar uma nova esperança e tirar lições do ciclo progressista, pois o golpe foi desfechado contra tudo o que os avanços do último período representaram”.

Confira as testes em debate: http://bit.ly/2uRMS70