China acusa Japão de intromissão na questão do Mar do Sul da China

A China expressou nesta quarta-feira (9) uma grande insatisfação e uma firme oposição ao livro branco de defesa do Japão para 2017 por declarações irresponsáveis sobre as atividades marítimas da China.

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No livro branco de mais de 560 páginas, o Japão dedicou 34 páginas a fazer críticas injustificadas sobre a construção de defesa e atividades militares normais da China.

O Japão declarou em seu livro branco que “a China tentou mudar o status quo no Mar do Leste da China e no Mar do Sul da China com base em suas próprias asserções, e isso se tornou uma preocupação comum para a região e para o mundo inteiro”.

O porta-voz da chancelaria chinesa, Geng Shuang, acusou o Japão de interferir na questão do Mar do Sul da China e disse que o país apresentou representações solenes à parte japonesa.

Geng reiterou que é firme a vontade do governo chinês de salvaguardar a soberania nacional e os direitos e interesses marítimos.

As patrulhas e as atividades de aplicação da lei nas águas próximas às Ilhas Diaoyu constituem o direito inerente da China, e o Japão não está em posição de apontar o dedo a essas atividades, acrescentou.

A parte chinesa, que realiza atividades marítimas e aéreas normais de acordo com a lei internacional, as leis e regulamentações nacionais correspondentes, assim como as necessidades da defesa nacional, está acima de qualquer crítica, disse o porta-voz.

A construção das instalações necessárias e apropriadas por parte chinesa em alguns recifes e nas Ilhas Nansha é um direito legítimo concedido aos Estados soberanos pela lei internacional, o que não tem nada em relação com a militarização nem representa uma ameaça para a segurança regional, disse Geng.

Com os esforços conjuntos dos países na região, a situação no Mar do Sul da China estabilizou-se, afirmou.

A China e os países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) concentram-se no fortalecimento da cooperação para promover a implementação abrangente e efetiva da Declaração sobre a Conduta das Partes no Mar do Sul da China e desenvolver em conjunto normas regionais.

No domingo, os ministros das Relações Exteriores da China e dos países da ASEAN adotaram um marco do Código de Conduta no Mar do Sul da China, assinalou Geng. Todas as partes confirmaram a situação positiva no Mar do Sul da China e elogiaram os primeiros resultados da cooperação, entre eles a linha de comunicação direta entre altos diplomatas da China e da ASEAN.

Geng espera que o Japão possa respeitar os esforços feitos pela China e pelos países da ASEAN para salvaguardar a paz e a estabilidade no Mar do Sul da China, parar com sua intervenção no assunto do Mar do Sul da China e desempenhar um papel construtivo para manter a paz e a estabilidade na região.

Nos últimos anos, o Japão atraiu uma ampla atenção dos países na região e da comunidade internacional devido ao abrupto ajuste de sua política de segurança militar e a seu intento de apresentar desculpas ao desenvolvimento de suas forças armadas e à emenda de sua Constituição ao exagerar as ameaças vizinhas à segurança, declarou Geng.

O porta-voz pediu que o Japão aprenda com as lições da história, adira ao caminho do desenvolvimento pacífico e atue prudentemente no sentido de segurança militar.

“Esperamos que o Japão possa fazer mais para ajudar a impulsionar a confiança mútua com a China e com outros países vizinhos e salvaguardar a paz e a estabilidade na região”, expressou.