Perseguição: MP desarquiva inquérito de 2013 para acusar Lula

A perseguição política contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhou mais um capítulo nesta quarta-feira (9). A Procuradoria-Geral da República no Distrito Federal e a Polícia Federal decidiram reabrir uma investigação de 2013 que havia sido arquivada por falta de provas.

Lula no 14º Encontro Nacional da União Nacional dos Movimentos por Moradia Popular - .

As acusações desarquivadas foram feitas por Marcos Valério e foram investigadas por três anos, mas os ministérios públicos de Portugal e do Brasil pediram o arquivamento por total falta de provas.

"Não há nada, portanto, que justifique a reabertura dessa investigação agora”, diz o ex-presidente Lula por meio de nota da assessoria.

Na época, mais de 30 pessoas foram ouvidas, inclusive em Portugal, mas nada foi suficiente para sustentar a abertura de um inquérito. Por isso, em 2015, a PF entendeu que não havia indícios que comprovassem a irregularidade e arquivou e o procurador Frederido Paiva, da Procuradoria do Distrito Federal, concordou com o arquivamento e enviou o caso à Justiça Federal.

Coincidentemente, no ano passado, o juiz do caso discordou do arquivamento pedido pelo MP e encaminhou para a chamada Câmara de Combate à Corrupção da Procuradoria Geral da República, que entendeu que a investigação deveria ser reaberta.

Por isso, a Procuradoria da República do DF recebeu novamente a investigação e determinou sorteio de um novo procurador para ficar à frente do caso. O sorteado foi Ivan Marx.

Outra coincidência foi o fato do desarquivamento acontecer no mesmo dia em que o MP arquivou as investigações contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), um dos mais citados em delações da Lava Jato, por acusações que o envolvem em um suposto esquema de Furnas, estatal do setor elétrico em Minas Gerais.

Durante evento na cidade de Franco da Rocha, em São Paulo, nesta quarta-feira (8), o ex-presidente Lula disse: "Se levar café da manhã, almoço e janta para a boca de milhões de brasileiros foi um crime, então quero ser punido por ele".

"O problema desse país não é o Lula, são os milhões de Lulas que aprenderam a ter consciência. Eu sou o resultado do crescimento da consciência política do povo brasileiro", completou.

Eleições

Diversas lideranças e analistas políticos apontam que a perseguição contra Lula é para afastar a possibilidade de que seja candidato a presidente me 2018. "Se eu não for candidato, eles podem saber que serei cabo eleitoral", declarou Lula.