Dinastias políticas do Quênia se enfrentam em eleição presidencial

Quenianos fizeram fila para votar nesta terça-feira(8) em um segundo turno eleitoral entre as duas principais dinastias políticas do país, e os dois lados da disputa trocaram farpas sobre a legitimidade da votação.

nairobi

Encoberta por temores de violência, a votação coloca o atual presidente Uhuru Kenyatta, empresário de 55 anos filho do presidente fundador do Quênia, contra Raila Odinga, um ex-preso político de 72 anos e filho do primeiro vice-presidente do Quênia.

Os adversários estão se enfrentando pela segunda vez, com pesquisas de intenção de voto indicando que essa será uma disputa muito acirrada, após dois meses de campanha marcada por uma retórica quente, mas discursos públicos amplamente livres do ódio étnico que manchou eleições anteriores.

Uma vitória de Odinga consolidaria a dominação política por parte do grupo étnico kikuyum, que forneceu três dos quatro presidentes do Quênia desde sua independência do Reino Unido, em 1963.

As pesquisas acirradas aumentam as chances de que o perdedor apresente reclamações sobre o resultado, como Odinga fez em 2007 e 2013, apesar da utilização de um sistema de votação de alta tecnologia.

Uma década atrás, a contagem de votos foi abruptamente interrompida e o presidente em exercício foi declarado o vencedor, desencadeando um protesto da campanha de Odinga, seguido por ondas de violência étnica nas quais 1.300 pessoas morreram e 600 mil foram desalojadas.

Devido a grandes filas, quenianos “alugam bebes” para votar mais rápido na eleição

Autoridades quenianas estão marcando os dedos de bebês que estão acompanhando suas mães nas eleições desta terça-feira, para combater aqueles que alugam crianças para aproveitar uma lei do país que permite que pais com filhos pequenos evitem longas filas.

"Cada mãe que vem com um filho, marcamos a mãe e também o filho", disse Tabitha Muigai, a presidente de uma seção eleitoral no distrito de Starehe, no centro de Nairóbi.

"(Se) uma mãe vem com um bebê, nós a avisamos que elas não podem dar a outras mães a mesma criança para furar as filas", disse.

O esquema de "bebês para aluguel" era comum em eleições anteriores no Quênia, muitas vezes marcadas por atrasos e longas filas. Na seção eleitoral de Muigai, centenas de quenianos fizeram fila ao redor do quarteirão, entusiasmados para eleger um novo presidente, parlamentares e representantes locais.