Protestos desta quarta reivindicam Fora Temer e Diretas Já

“Compra de votos, liberação de emendas, cargos tudo isso está explícito pelos aliados do governo, que se mantém no poder à revelia da vontade popular”, lembrou Adilson Araújo presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). O dirigente participará da vigília em São Paulo, que se soma aos atos convocados pela Frente Brasil Popular (FBP) no país. A pressão está sobre os deputados para que acolham a denúncia de corrupção passiva contra Temer.

Por Railídia Carvalho

Manifestação em São Paulo: Fora Temer

São necessários 342 votos para que a Câmara dos Deputados vote pela aceitação da denúncia da Procuradoria Geral da República.

Caso a Câmara aprove, a denúncia tramitará no Supremo Tribunal Federal (STF), que decidirá se acata ou não. No primeiro caso, Temer se tornaria réu e seria afastado da presidência assumindo o presidente da Câmara.

Os movimentos social e sindical se mantêm vigilantes e denunciam o vale-tudo instalado no Congresso Nacional. “O exercício da pressão que decorre das manifestações que vão acontecer amanhã (2) deve ser feito através das redes sociais, no contato com os deputados e com a pressão nas ruas”, afirmou Adilson.

Em entrevista ao Portal Vermelho nesta segunda-feira (31), Alexandre Conceição, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), esclareceu que os movimentos não aceitarão que se troque Michel Temer por Rodrigo Maia. 

"Esse é o Fora Temer da Globo. Não entraremos nessa. Por isso reivindicamos eleições Diretas Já". Para Adilson, esse é o caminho do movimento social e sindical. "Estar vigilante e ganhar corações e mentes para recuperar o estado de direito no pais".

Quem vota, não volta

A FBP também orientou as entidades que fazem parte do movimento para instalarem telões em locais públicos para que a população acompanhe o voto de cada um dos deputados.

Além da pressão da população nos Estados e da oposição no plenário da Câmara, os deputados com tendência a votar com Temer serão pressionados do lado de fora do Congresso. Movimentos sociais preparam protesto na Esplanada dos Ministérios à tarde.

Em Salvador (BA) e no Rio de Janeiro (RJ) também acontecerão vigílias com o mote Fora Temer e Diretas Já. O presidente da CTB Bahia, Pascoal Carneiro, afirmou que os atos de rua de agosto devem intensificar a luta pelas diretas já e pela revogação da reforma trabalhista. Atolado em denúncias, Temer sancionou a reforma trabalhista.

“Precisamos ir às ruas pedir que deputados votem para dar continuidade do processo no poder judiciário. Por isso, contamos com a presença de todos no dia 02 na vigília na Praça da Piedade, vamos dizer Fora Temer e Diretas Já”, convocou.

Adilson Araújo afirmou que o desafio do movimento sindical é que o repúdio das pesquisas se some ao repúdio nas ruas. “Será muito necessário o repúdio da população na rua contra esse governo mergulhado em um grave esquema de corrupção.”

Segundo o Ibope, 8 em cada dez brasileiros apoiam a abertura do processo contra Temer. Segundo os entrevistados quem apoiar a rejeição da denúncia é "cúmplice da corrupção".

De acordo com Adilson, “ao adotar a subtração dos investimentos sociais e diretos da classe trabalhadora seria de alto e bom som que ele (Temer) pudesse ter o seu fim decidido pelos deputados no sentido de que possa responder pelos erros que cometeu contra nação”.

SERVIÇO

Fora Temer por Diretas Já! No dia 2 de agosto

Vigília em Brasília (DF)
17h na Esplanada dos Ministérios

Vigília no Rio de Janeiro (RJ)
16h na Cinelândia

Vigília em São Paulo (SP)
15h em frente ao prédio da Presidência da república na Avenida Paulista

Vigília em Salvador (BA)
15h praça da Piedade – Centro de Salvador