Saída de pessoas do mercado deixa taxa de desemprego estável, mas alta

Índice não cresceu em junho porque houve diminuição da procura por trabalho, mas mercado eliminou vagas, principalmente na indústria e no comércio. Emprego formal diminuiu e autônomo cresceu.

Desemprego setor naval - Reprodução

A taxa média de desemprego na região metropolitana de São Paulo, calculada pela Fundação Seade e pelo Dieese, foi a 18,6% em junho, ante 18,8% no mês anterior e 17,6% em junho de 2016. O índice ficou estável no mês, em nível elevado, mesmo com fechamento de vagas. Isso aconteceu porque houve saída de pessoas do mercado de trabalho.

O número de desempregados foi estimado em 2,077 milhões, 42 mil a menos em relação a maio. Foram fechados 59 mil postos de trabalho (-0,6%), enquanto 101 mil pessoas (-0,9%) saíram da população economicamente ativa (PEA). Na comparação com junho do ano passado, a PEA tem menos 141 mil pessoas (-1,2%), a região tem menos 228 mil ocupados (-2,4%) e mais 87 mil desempregados (4,4%).

De maio para junho, a taxa recuou para 15,4% na chamada sub-região Sudeste, que inclui o Grande ABC, e para 17,6% no município de São Paulo. Ficou estável em 19,9% na sub-região Oeste (Osasco, Barueri e outras cidades) e cresceu para 23,6% na Leste (Guarulhos, Mogi das Cruzes e outros municípios).

Entre os setores de atividade, foram eliminadas no mês 18 mil vagas na indústria de transformação (-1,3%), 56 mil no comércio/reparação de veículos (-3,4%) e 4 mil na construção civil (-0,7%). Seade e Dieese identificaram relativa estabilidade nos serviços, com mais 19 mil postos de trabalho (0,4%).

Em relação a junho do ano passado, todos os setores diminuíram a ocupação. A indústria cortou 136 mil vagas (-9,2%), os serviços fecharam 81 mil (-1,5%), a construção eliminou 14 mil (-2,3%) e o comércio/reparação de veículos, 13 mil (-0,8%).

Também na comparação anual, caiu o número de empregados com carteira assinada no setor privado: são menos 260 mil, queda de 5,1%. O total de autônomos cresce 10,4% nesse período, com mais 154 mil.

Entre abril e maio (nesse item, há defasagem de um mês), o rendimento médio dos ocupados cresceu 2,5%, para R$ 2.004. Em 12 meses, caiu 0,7%.