China apoia a criação de dois Estados na questão palestina

A China é a favor de uma solução política da questão palestina com base em dois Estados, disse na terça-feira o presidente chinês, Xi Jinping.

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A China apoia a Palestina na construção de um Estado independente e totalmente soberano ao longo das fronteiras de 1967 e que tenha Jerusalém Oriental como capital, disse Xi ao conversar com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, de visita a Beijing.

Xi assinalou que a resolução 2334 do Conselho de Segurança das Nações Unidas deve ser implementada efetivamente e que toda a construção de assentamentos nos territórios ocupados da Palestina deve ser suspensa imediatamente.

A resolução, adotada em 23 de dezembro de 2016, condena os assentamentos israelenses no território palestino ocupado e os qualifica como ilegais e insiste na suspensão das construções.

Xi disse que medidas devem ser tomadas para evitar a violência contra os civis e que as conversações de paz devem ser retomadas o mais cedo possível para acelerar a solução da questão palestina.

A China é um dos primeiros países a apoiar a causa justa do povo palestino e reconhecer a Organização de Libertação da Palestina e o Estado palestino, comentou Xi, qualificou ambos os países como "bons amigos, parceiros e irmãos".

Em 1947, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou a resolução 181, que reconhece a necessidade de estabelecer um Estado judeu e um Estado árabe no antigo território do Mandato Britânico da Palestina.

A guerra do Oriente Médio de 1967 teve como resultado a ocupação israelense da Cisjordânia, Jerusalém Oriental, Faixa de Gaza e as Colinas de Golã. A última rodada de conversações de paz entre Israel e Palestina se suspendeu em 2014, principalmente devido à continuação da expansão dos assentamentos judeus em territórios ocupados da Palestina.

A China organizará este ano um simpósio sobre a paz entre a Palestina e Israel para contribuir para resolver a questão palestina, assinalou Xi.

O presidente disse que Beijing está disposta a participar e apoiar todos os esforços que facilitem uma solução política da questão palestina.

"A China propõe lançar um mecanismo de diálogo tripartido com a Palestina e Israel para impulsionar grandes projetos e assim apoiar a parte palestina."

O presidente reiterou que Beijing "como sempre" apoiará a causa justa dos palestinos para restaurar os legítimos direitos nacionais deles.

Xi disse que a China aprecia a adesão palestina à política de Uma Só China e indicou que a China trabalhará com a Palestina para oferecer apoio político mútuo, manter os intercâmbios de alto nível e promover a cooperação em distintos âmbitos.

Beijing considera tanto a Palestina como Israel importantes parceiros da Iniciativa do Cinturão e Rota, acrescentou.

"A China apoiará as companhias capazes e qualificadas a implementar a cooperação de investimento na Palestina para obter benefícios mútuos e resultados de ganho mútuo."

Xi indicou que a China cooperará com a Palestina no desenvolvimento de parques industriais, treinamento de pessoal e construção de centrais de eletricidade solar para ajudar o país na melhora de sua capacidade de desenvolvimento próprio.

O presidente pediu que as duas partes reforcem os intercâmbios em cultura, educação, ciência e tecnologia, entre outros.

Abbas agradeceu o apoio da China à causa justa da Palestina e disse que a Palestina continuará apoiando a política de Uma Só China e a reunificação chinesa.

A Palestina admira os ganhos da China no desenvolvimento socioeconômico e está disposta a manter intercâmbios de alto nível mais estreitos com ela e a participar da Iniciativa do Cinturão e Rota, disse Abbas.

Também exalta as propostas construtivas da China quanto à promoção de uma solução política da questão palestina e espera que Beijing desempenhe um maior papel no processo de paz do Oriente Médio, acrescentou.

Depois das conversações, os dois chefes de Estado testemunharam a assinatura de documentos de cooperação em diplomacia, economia, formação de pessoal e cultura.

Abbas está realizando uma visita de Estado à China de 17 a 20 de julho a convite de Xi.