40º Congresso da UEE-SP elege a diretoria para os próximos dois anos

Os dias 1º e 2 de julho foram intensos em Paulínia. Centenas de estudantes, de todo o estado de São Paulo, estiveram presentes no 40º Congresso da UEE/SP, debatendo os rumos da educação superior. Além disso, foi discutida uma saída à crise política para o país. Em imensa maioria dos presentes, foi decidido que a entidade seguirá defendendo a mobilização por novas eleições.

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No domingo, dia 02, foi realizada a Planéria Final do Congresso, e por meio de votação foi eleita a nova diretoria da entidade para os próximos dois anos.

Foram inscritas quatro chapas que receberam os seguintes votos:
Chapa 1: Vem inovar a UEE-SP 62 votos (11%)
Chapa 2: Mutirão 43 votos (7,45%)
Chapa3: Oposição de Esquerda 92 votos (15,94%)
Chapa 4: A unidade é a bandeira da esperança 380 votos (65,85%)

Nayara Souza, 22 estudante de agronegócio a FATEC São José do Rio Preto, natural de Mirassol, foi escolhida pela Chapa 4 "A unidade é a bandeira da esperança", que recebeu a maioria dos votos, para ficar à frente da entidade.

Debates sobre conjuntura e educação

Contando com a presença de deputados, vereadores e representante de movimentos sociais, um debate acalorado tomou conta do Jardim Botânico dando início da programação do sábado, dia 1º. Com o tema colocado em questão " Democracia Já, Eleições Diretas para um Projeto de Nação", a principal questão tratada foi a necessidade de uma mobilização intensa e unidade popular por eleições diretas, para que tenha fim a crise política.

Pela tarde, aconteceram cinco debates em que foi possível aprofundar o entendimento dos desafios que a educação de Sâo Paulo possui. Na mesa sobre a universidades públicas o ponto principal foram os cortes nas verbas Tamara Naiz, presidenta da ANPG, também criticou os projetos de lei que preveem a cobrança de mensalidade em instituições públicas. "Esse é um ataque muito sério ao ensino superior público, que surge da falta de democratização do acesso e do processo de desmonte. Assim, dizem que as universidades estão sem orçamento e que os estudantes das universidades públicas tem dinheiro para pagar. Esse é o plano de um governo com um projeto neoliberal".

Já no debate sobre a mercantilização do ensino, as críticas sobre os cortes nos programas de acesso ProUni , Fies e a falta de políticas de assistência estudantil nortearam as falas. A professora de Campinas, Maria Clotilde Lemos Petta, abriu a conversa, levantando a questão que o tratamento da educação parte de uma falta de um projeto de nação.

" Antes de pensar porque surge a mercantilização é preciso reforçar que o investimento em educação e pesquisa é a garantia para a soberania nacional. Países como os Estados Unidos mantém universidades de excelência como a Harvard e Stamford pensando no projeto de nação e para que os outros páises sigam dependendo da tecnologia e inovação que produzem'.

Alexandre Padilha, ex ministro da Saúde, esteve presente no debate sobre o " Movimento Estudantil: Desafios e Perspectivas' e relembrou a época que participava das entidades.

" Em 1993 participamos da reconstrução da UEE-SP, e de lá para cá foram muitas vitórias e conquistas pela entidade. Tínhamos como referência o movimento estudantil de 1968, por sua resistência contra a Ditadura Militar, mas a atuação deles também era dentro da universidade por questões contra o machismo, que impedia, por exemplo, de que mulheres e homens assistissem aulas juntos em instituições tradicionais.E claro, que a luta deu certo e esses regimentos caíram'.

Também foram realizadas mesas sobre a "Cultura contra os Retrocessos", levando a experiência do midialivrismo e contra as opressões de racismo, lgbtfobia e o machismo para "Humanizar a universidade".

Por Sara Puerta