Presidente da CTB afirma no Senado que reformas agravam crise

O presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, participou nesta terça-feira (27) de audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado sobre o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 38 mais conhecido como o projeto que acaba com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Segundo o dirigente, as medidas do governo ilegítimo de Michel Temer agravam a crise econômica e jogam sobre os trabalhadores o impacto dela. 

Adilson Araújo no senado - TV Senado

Nesta segunda-feira (26) a Procuradoria Geral da República (PGR) denunciou Michel Temer por corrupção passiva. “É a primeira vez que um presidente é denunciado por corrupção. É esse o retrato dos veículos que circularam hoje na mídia brasileira”, destacou Adilson durante a audiência.

Ele citou que esse cenário de denúncias envolvendo o presidente e a insistência do governo e base governista na aprovação das reformas trabalhista e previdenciária criaram um clima que deixa a população envergonhada.

“Segundo as últimas pesquisas 47% da população brasileira está se sentindo envergonhada de ser brasileira. Muito decorrente dessa coisa surreal. Não vamos resolver o problema do país acabando com a Previdência social que presta assistência a famílias de mais de 4 mil municípios neste país”, enfatizou o dirigente.

Reforma Trabalhista

Adilson questionou a plateia presente à audiência: “Eu pergunto: É com a desregulamentação do trabalho que vamos resolver o problema de déficit da Previdência? Será que o governo está preocupado com as gerações futuras quando congela por 20 anos os investimentos?”.

O dirigente deixou claro que a relação de trabalho no Brasil ainda é “bastante amarga”. Segundo ele, o Brasil levou muito tempo para ter direito à CLT e à uma constituição cidadã. “E estamos vendo tudo isso fugir pelo ralo porque a opção primeira do governo é achar que o ônus da crise será depositado sobre os ombros da classe trabalhadora. Isso é um equívoco”, indignou-se.

Aprender com os erros

Durante o discurso Adilson citou os 7% de retração econômica registrado nos anos de 2015 e 2016. Na opinião do dirigente, o Brasil perdeu o rumo da economia mas precisa aprender com os próprios erros e não cometer novos erros com o pretexto de modernização da CLT.

“Essa mudança (a reforma trabalhista) desregrada, diferente até da posição primeira do governo, quando propõe discutir 7 pontos, exagera na dose de que é preciso modernizar a CLT, que já teve mais de 500 pontos de alteração”, observou Adilson.

A quem interessa o retrocesso do país?

Na opinião dele, a reforma vai promover um ambiente de adoecimento. “(com a reforma) Nós não vamos criar um ambiente saudável para esse povo que adoece, que reclama na justiça muito por não ter as suas verbas rescisórias atingidas. Essa proposta indica o fim da CLT e é um pontapé para o fim dos sindicatos que tem participação importante na formação da nação brasileira que viu se empoderar, que viu o Brasil crescer ”, afirmou.

Adilson reiterou que “precisamos corrigir os erros da nação ou vamos transformar a nação em um caso de polícia e servir de chacota para a grande mídia internacional. A quem interesse o Brasil chegar aonde chegou?”, questionou.

Confira um trecho do discurso de Adilson Araújo no Senado nesta terça-feira: