Centrais Sindicais mantêm mobilização contra nova ofensiva governista

O Esquenta Greve Geral realizado nesta terça-feira (20) em diversas capitais brasileiras foi um recado das centrais sindicais de que as mobilizações contra as reformas só tendem a crescer. Após a rejeição da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, os governistas se reagrupam em nova ofensiva, desta vez na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que deve votar o relatório no dia 28 de junho.

Centraissindicais esquenta greve geral - Jaélcio Santana

O presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, declarou que neste momento o diálogo e pressão aos senadores é fundamental.

"Com a derrota sofrida pelo governo ilegítimo de Michel Temer, nesta terça-feira (20), na Comissão de Relações Sociais, o governo, sob liderança do Senador Romero Jucá, líder do governo, tenta reagrupar sua tropa para votar, no atropelo, a reforma trabalhista. O diálogo com as bancadas e a explicação aos senadores e senadoras que desconhecem o teor do PCL será fundamental para denunciar a perversidade que Temer quer impor à classe trabalhadora", destacou o presidente da CTB, Adilson Araújo, em nota à base da central.
José Calixto, presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), enviou nota parabenizando os senadores que votaram contra o relatório da reforma trabalhista. O dirigente também defendeu a greve geral do dia 30 de junho.
“Nos manteremos firmes na luta contra a flexibilização direitos da população brasileira, adquiridos após anos de lutas da classe trabalhadora, movimentos sindicais e sociais, e conclamamos toda a sociedade para uma nova Greve Geral, no dia 30 de junho, para pressionar nossos congressistas contra as reformas Trabalhista e da Previdência”, concluiu
Esclarecer a população
Secretário-Geral da CUT Brasil, Sérgio Nobre ressaltou que o diálogo com a população deve ser intensificado, de forma a esclarecer o que será perdido com as reformas. “É importante conversar com a população de que não podemos, sequer, pensar em permitir desmontar a Previdência, que não é só a aposentadoria. O sistema Previdenciário é que ampara o trabalhador na ocasião de uma doença, do acidente, na viuvez, é o que ampara a maioria dos trabalhadores rurais. É um crime desmontar esse sistema, assim como é um crime desmontar a Legislação Trabalhista”.
 
“A Reforma trabalhista é o que há de mais nefasto e perverso contra a classe trabalhadora, pois retira direitos, institui o desumano trabalho intermitente e permite que mulheres gestantes ou lactantes executem tarefas em locais insalubres”, explicou Regis Cristal, Assessor político do Sindicato dos Comerciários de São Paulo. “Se hoje você trabalha 08 horas por dia, a partir da aprovação dessa reforma, a jornada poderá chegar a 12 horas diárias, isso é um retrocesso enorme”, concluiu Cristal.
Na opinião de José Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical, as propostas apresentadas pelo governo “ceifam direitos e penalizam todos aqueles que hoje trabalham com carteira assinada, quem pretende adentrar agora no mercado de trabalho, além daqueles que visualizam uma aposentadoria já próxima”.
Mobilização permanente
 
O dirigente afirmou em artigo publicado no site da entidade que nos próximos dias haverá “uma sequência de atos, manifestações e paralisações contrários às reformas propostas pelo governo, e a participação de todos, sindicatos, federações e confederações, trabalhadores e demais setores sociais”.
Nesta semana, diversas categorias, entre elas os metroviários de São Paulo, realizam assembleias para decidir sobre a greve geral indicada para 30 de junho contra as reformas. Na última segunda-feira, os trabalhadores dos transportes realizaram assembleia em que afirmaram disposição em aderir ao movimento do dia 30.