Temer minimiza derrota no Senado: “O que importa é o plenário”

A base aliada e o próprio governo davam como certa a aprovação da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado. Para acelerar o trâmite da proposta, o relator do texto, o tucano Ricardo Ferraço (PSDB-PR), decidiu não alterar a proposta, já que alteração levaria o texto de volta para análise da Câmara dos Deputados.

Michel Temer - Foto: Evaristo Sa/AFP

A confiança do governo era tanta que Temer, que está em viagem oficial na Rússia, disse a autoridades e empresários russos que o assunto estaria liquidado na semana que vem.

Mas após ser informado da derrota na CAS, por dez votos a nove, nesta terça, Temer foi obrigado a mudar o discurso. Agora, ele diz que não está preocupado com as votações do projeto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), última a analisar o texto antes do plenário.

“O que importa é o plenário. Não é surpreendente, você ganha numa comissão, perde noutra, mas vamos vencer no plenário. Então nós vamos ganhar. O Brasil vai ganhar no plenário”, disse Temer.

Antes do início da sessão, o governo contava com a aprovação do texto por 11 votos favoráveis e 8 contrários. Temer chegou a dizer em entrevista em Moscou que a reforma seria “definitivamente aprovada” na semana que vem, antes do recesso parlamentar.

A tentativa de manter o clima de normalidade não foi bem-sucedida. De acordo com jornalistas que acompanham Temer, a notícia da derrota na comissão caiu como uma bomba na comitiva.

Isso porque o governo contava com o avanço da proposta para engatar a reforma da Previdência. A aprovação seria usada como um trunfo para a apresentar ao presidente Vladimir Putin como demonstração de força do governo. Temer já estava sem prestígio na Rússia, agora então.