Lindbergh e Costa apontam desgaste do governo e de sua base

O senador Lindbergh Farias (RJ), líder do PT, voltou a rechaçar as reformas trabalhistas e Previdenciária e disse que não há condições para o Congresso Nacional discutir tais propostas, diante do cenário de incertezas e desgaste do governo de Michel Temer.

Lindbergh diz que golpe é para “varrer” direitos dos trabalhadores - Agência Senado

"Uma denúncia que fala sobre organização criminosa, corrupção passiva. E a Câmara dos Deputados vai ter que autorizar a abertura do processo contra o presidente da República. O Brasil vai parar. Primeiro, eu não tenho certeza de que o Temer consiga ter os 172 votos. Não é fácil, porque o deputado sabe que vai ter um prejuízo político grande na sua base eleitoral, porque menos de 3% dos brasileiros apoiam o presidente. É a maior rejeição da história, que vai aumentar ainda depois da denúncia", destacou.

Para Lindbergh, a reforma da Previdência e a reforma trabalhista vão prejudicar principalmente os trabalhadores mais pobres, enquanto o governo promove a anistia de R$ 10 bilhões da dívida previdenciária para latifundiários, além de R$ 24 bilhões para o "megarrefis", que favorece grandes bancos e grandes empresas.

"Com essas duas reformas, nós estamos tirando dinheiro das mãos dos pobres e isso vai ter um impacto violentíssimo na economia brasileira. E acho, sinceramente, que nós tínhamos que parar a tramitação dessas reformas. Não vai haver clima — um presidente denunciado — para que continuemos votando reforma trabalhista, reforma da Previdência, para tentar passar um ar de normalidade que não existe. Nós estamos caminhando para um grande impasse político", frisou.

O também senador Humberto Costa (PT-PE) falou sobre o apoio do PSDB ao governo Temer e ironizou as declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que defendeu a permanência dos tucanos na base do governo.

"Os tucanos querem justificar o injustificável e tentam fazer brasileiros de trouxas. Primeiro dizem que vão largar o osso, mas estão mais agarrados nele que cachorro faminto. Ficam nesse jogo retórico, empurrando para frente, buscando de alguma forma dar sobrevida a este governo moribundo", cutucou.

Para ele, as revelações trazidas recentemente deixam o governo em condições insustentáveis.

"Já teve delação, mala de dinheiro, voo em jatinho particular e até gravação. Não tem mais o que se provar contra Temer. Estão esperando o quê? Que ele seja preso?", questionou Humberto.

O senador também fez críticas diretas ao pernambucano Bruno Araújo (PSDB), atual ministro das Cidades de Temer. "É de assustar que um dos estados que tem uma das maiores rejeições ao governo que aí está tenha tanta gente que siga mamando nas fartas tentas da administração, como o tucano Bruno Araújo, que segue agarrado ao cargo, terminando de acabar com o resto do Minha Casa, Minha Vida", disparou o senador.