Ela Wiecko: “A agenda do PF não pode se limitada à Lava Jato”

Ela Wiecko, candidata ao cargo de procuradora-geral da República, afirmou em entrevista ao G1, publicada nesta quarta-feira (14), que “a agenda do Ministério Público Federal não pode ficar limitada à questão criminal ou à Lava Jato”.

vice-procuradora da República Ela Wiecko - Reprodução STF

“Há questões muito importantes que dizem respeito, por exemplo, ao patrimônio público, ambiental e social. Há um enorme desafio de equilibrar a atuação de persecução criminal com a de promoção e defesa dos direitos humanos”, afirmou.

Ela Wiecko é um dos oito candidatos a lista tríplice organizada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) candidata a vaga de procurador-geral da República, sucedendo ao atual procurador rodrigo Janot.

A eleição realizada pela associação esta marcada para o próximo dia 27 e contará com os votos de cerca de 1300 procuradores para escolher três nomes que serão indicado pela entidade a Michel Temer, que poderá escolher um dos três nomes ou qualquer outro de sua preferência.

Desde o primeiro mandato do governo Lula, a escolha do procurador é feita pelo primeiro eleito na lista tríplice. Mas há rumores de que Temer não seguirá esse rito, como uma retaliação já que é investigado pelo PGR.

"É importante que ocorra a definição de quem será designado ou designada para o cargo de PGR, antes do final do mandato de Rodrigo Janot, para que seja feita uma transição e as investigações não sofram solução de continuidade. De qualquer forma me proponho a equipar melhor as forças-tarefa com tecnologia e assessoramento", disse ela.

Questionado sobre as críticas de abusos na Lava Jato, Ela Wiecko disse que os alegados excessos "foram ou estão submetidos ao controle jurisdicional".

A procuradora enfatiza que o desafio do MPF "é o de repensar a forma de exercer todas as suas atribuições em tempo de grave crise orçamentária" e defendeu uma maior atuação em conjunto com os Ministérios Públicos Estaduais na promoção dos direitos à educação e à saúde precisa ser fortalecida e priorizada.

Wiecko afirmou ainda que é preciso promover um amplo diálogo "buscando entender e respeitar o ponto de vista da Polícia, bem como mostrar o desafio do Ministério Público no processo penal com ampla defesa e contraditório, de apresentar ao Judiciário uma denúncia que possa ser confirmada com provas suficientes".