Chico Lopes defende reforço pelas diretas após decisão do TSE

O julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que livrou Michel Temer da cassação não foi surpresa, avalia o deputado federal Chico Lopes (PCdoB-CE), para quem o momento é de seguir na luta pela queda de Temer, que fatalmente acontecerá antes do fim do mandato, e de reforçar a mobilização por eleições diretas.

Chico Lopes PCdoB - Foto: Richard Silva/PCdoB na Câmara

"Quem vem acompanhando a forma como as coisas vêm acontecendo no Judiciário brasileiro, com juízes agindo como se fossem políticos, dando mil declarações à imprensa, não escondendo sua preferência partidária, já esperava esse resultado de 4 a 3 a favor de Temer. A surpresa seria se o TSE tivesse ouvido o que diz o povo e retirado do poder esse presidente ilegítimo", afirma Chico Lopes.

"Se fosse com a Dilma, o mesmo julgamento, com as mesmas informações apuradas, com os mesmos juízes, seria bem diferente. Ela seria fatalmente cassada, por exemplo, com o voto de Gilmar Mendes, o mesmo que agora entendeu de absolver Michel Temer", acrescenta.

"Assim como Dilma foi vítima de um golpe parlamentar, de forma ilegítima, sem que o STF ou nenhum outro tribunal tenha se pronunciado sobre se houve ou não o crime de responsabilidade que encontraram como pretexto, agora Temer é beneficiado por um julgamento que consumiu dias e dias de recursos e paciência do povo brasileiro, mas que não trouxe nada de novo", avalia o parlamentar.

Para o deputado cearense, a decisão do TSE só aumenta a angústia da população. "As pessoas querem saber afinal no que é que isso vai dar. Esse teatro das elites brasileiras não têm plateia, mas tem artista. É impressionante como as coisas chegaram a esse ponto, com decisões judiciais sendo tomadas de forma diferente, contra pessoas diferentes, mesmo a partir de um mesmo processo", diz.

"Estamos preocupados é com o povo, que termina ficando triste, desacreditado da política e do Brasil. A grande massa não tem canal pra externar seus pensamentos. Ver o resultado de um julgamento como esse protegendo um presidente ilegítimo e que tem apenas 3% de aprovação popular só aumenta a tristeza e o desinteresse do povo", conclui Chico Lopes, reforçando que o momento é de seguir na luta pelas Diretas Já.