Parlasul defende direito de decisão popular sobre o futuro do Brasil

O Parlamento do Mercosul (Mercado Comum do Sul), Parlasul, aprovou um documento no qual ressalta que os problemas do Brasil devem ser resolvidos “sem ingerência e que, no exercício de sua soberania, o povo decida”. A votação, ocorrida na tarde desta segunda-feira (29), teve apoio de 51 parlamentares; três votaram contra.

Parlasul - sessão ordinária - Divulgação / Parlasul

O entendimento de que a população brasileira deve decidir os caminhos para a solução dos problemas econômicos, sociais e políticos é o mote da campanha realizada pelos movimentos sociais e partidos políticos progressistas do Brasil que pedem a saída do presidente golpista, Michel Temer (PMDB), e a realização imediata de eleições diretas, de forma que a cidadania possa eleger seu próximo representante.

A declaração do Parlasul, que ressalta a soberania do Brasil, ocorre no marco da forte repressão verificada no país durante as manifestações realizadas nas últimas semanas contra o governo Temer e diante da violência policial marco do conflito pela terra, que ocasionou recentemente a morte de 11 camponeses no Estado do Pará. Assim, o texto, de iniciativa da bancada progressista do bloco, também pede que a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos acompanhe a “crise institucional, política e social no Brasil”.

Com base nesses fatos, o Parlasul avalia que há uma “grave crise institucional e política”, que gera “incerteza política e social não apenas no país irmão, mas em toda a região do Mercosul”. E “rechaça a militarização e repressão violenta às manifestações pacíficas dos movimentos sociais”.

Os deputados fazem coro à manifestação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e do Escritório Regional para a América do Sul do Alto Comissionado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) que “condenam o uso excessivo da força por parte da Polícia Militar para reprimir manifestações pacíficas no Brasil”.

O presidente do Parlasul, o deputado argentino Jorge Taiana, anunciou a decisão em sua conta oficial no Twitter. “Aprovamos uma declaração de preocupação com a situação institucional no Brasil e rechaçamos a militarização e repressão violenta”, disse.