Guiana: A realidade para lá dos filmes antigos

A Guiana foi colônia holandesa e, subsequentemente, britânica. Na atualidade, é um pequeno país atribulado, com uma elevada taxa de criminalidade onde, surpreendentemente não existem relatos de acidentes violentos com conotações religiosas óbvias.

Guiana: Montagem do site Tornado

Personagem (geográfica) de romances do século passado, mais do que um cenário de ação e muito drama, a Guiana alimenta ainda alguma imaginação de “velhos” leitores, que eventualmente revisitem o final dos anos 1960 para reler Henry Charrière e a sua impressionante ficção, autobiográfica, Papillon, que deu a volta a mundo (entenda-se do mundo ocidental, com poder de compra e marcado pelo ócio) e em livro e em filme, levando-nos ao território de uma das Guianas, a francesa (a outra era a inglesa), na América do Sul.

Hoje, resta a Guiana, oficialmente, República Cooperativa da Guiana (sim, é a ex-inglesa) com capital em Georgetown; é um país localizado no norte da América do Sul. Limita-se com o Suriname ao leste, Brasil ao sul e sudoeste, Venezuela ao oeste, e com o oceano Atlântico ao norte. Culturalmente, é parte do Caribe anglófono (Caraíbas anglófonas, em português europeu).

Atividade religiosa em Guiana

A Guiana foi colônia holandesa e, subsequentemente, britânica. Na atualidade, é um pequeno país atribulado, com uma elevada taxa de criminalidade onde, surpreendentemente não existem relatos de acidentes violentos com conotações religiosas óbvias. Logo no seu primeiro artigo, a Constituição da Guiana afirma que esta é um estados secular.

Os grupos e organizações religiosos devem registar-se oficialmente. Devem também disponibilizar informação detalhada sobre os seus locais de culto, que possuem licença do Ministério do Interior para receber fiéis e desenvolver práticas e eventos. São organizações sem fins lucrativos, à luz da lei, com autorização, todavia, para envolver-se em atividades de financiamento.

Quaisquer missionário estrangeiro precisa de autorização para desenvolver atividade, a qual tem de ser reconhecida pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e pelo conselho
local, que existe nas aldeias. A Guiana tem nos seus registos uma população de 50, 78 por cento de cristãos (8 por cento católicos; 29 por cento de protestantes; 17,78 por centro de outras confissões); mais 30, 09 por cento de hindus, 7,52 por cento de muçulmanos; e 7,61% de outras confissões.

A lei pune a blasfêmia (até um ano de prisão) e o Governo tem sido criticado por tentar impedir que os grupos religiosos tomem partido sobre questões sociais (em especial criticam ações do Governo e da polícia).

O Governo paga uma renda anual aos grupos religiosos – posição que alguns veem como uma forma de controlo.
A diversidade étnica do País parece estar na origem do quase inexistente registo de acidentes violentos com conotações religiosas. Dada a falta de casos de intolerância ou de discriminação, as perspetivas para a liberdade religiosa são boas.