Denúncia contra Temer atinge reforma trabalhista, que é suspensa

A reforma trabalhista está suspensa temporariamente. Em matéria desta quinta-feira (18) no jornal O Globo, o relator Ricardo Ferraço (PSDB-ES) afirmou que “a crise institucional é devastadora”. Nesta quarta-feira (17), o jornal carioca revelou que existe uma gravação de conversa entre Temer e o dono da JBS, Joesley Batista, em que o presidente golpista concorda com a compra do silêncio de Eduardo Cunha, que responde acusações na Lava Jato.

Aécio Neves e Ricardo Ferraço - Foto: Gerdan Wesley

Com o nome Projeto de Lei da Câmara 38/2017, a reforma trabalhista iniciou tramitação no Senado há duas semanas. Ferraço é o relator da Comissão de Assuntos Econômicos e também foi indicado para a Comissão de Assuntos Sociais (CAS). O senador previa para a próxima semana a apresentação do relatório sobre a reforma.

“A crise institucional é devastadora. Não tem condição de manutenção do calendário. Primeiro precisamos resolver a crise institucional. Tudo suspenso!”, disse Ferraço.

A reportagem diz ainda que Ferraço não consultou Temer sobre a decisão. “Não vejo necessidade. Tenho convicção própria.” O governo pressionava pela rápida tramitação da reforma trabalhista para poder colocar em votação na Câmara a reforma da Previdência Social.

A decisão do senador confirma análise do consultor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Marcos Verlaine, que vê impacto direto entre as denúncias e a tramitação das reformas.

Entrevistado na manhã desta quinta-feira (18) pelo Portal Vermelho, ele afirmou: “O presidente liderava diretamente esse processo [das reformas]. Por exemplo, essa semana ele fez reunião com os membros das comissões de mérito da reforma (Assuntos Econômicos e Assuntos Sociais). Da forma como está implicado nas denúncias não tem condições morais de se manter à frente”, afirmou Verlaine.