Jornalista da CNN diz que emissora é paga por publicar notícias falsas

A jornalista Amber Lyon converteu-se em importante “whistleblower” (alertadora), ao revelar como os governos pagam às mídias para que falsifiquem noticias, segundo informou no dia 16 de março a Venezolana de Televisión (VTV).

Amber Lyon, jornalista que trabalhou na CNN

Amber demitiu-se da cadeia estadunidense CNN depois da sua reportagem ‘Revolution’, onde mostrava as atrocidades do regime do Barein, não ser retransmitida na CNN Internacional devido a pressões do governo daquele país.

A jornalista veio a saber depois que o Barein pagava elevadas quantias à CNN para ser apresentado de forma favorável. Apesar do elevado custo do documentário em comparação com a maioria das reportagens jornalísticas – mais de US$ 100 mil – não foi transmitido.

Tendo vivido na própria carne o que ocorria neste país do própria Oriente Médio, Amber verificou claramente que a cobertura que a CNN transmitia cotidianamente era completamente falsa.

Amber crê que países como o Barein e outros pagam milhões de dólares para mostrar um conteúdo que é supostamente objetivo. Isto é algo que ocorre regularmente: infomerciais para ditadores. Mas também para promover as novas movimentações naa estratégia geopolítica dos EUA, denuncia Amber.

Num vídeo de 2015 de RT em inglês (https://youtu.be/CFDC7zmJgQg) podia já ver-se como a CNN edita os acontecimentos políticos para fazer avançar uma propaganda bélica. Vemos a diferença na forma como cobrem os discursos do primeiro-ministro do regime de Israel, Benyamin Netanyahu, e do ex-presidente de Irã Mahmud Ahmadineyad na Organização das Nações Unidas (ONU), com um claro desvio a favor do dirigente israelense.

“Preocupa-me que se encaminhem os cidadãos para um novo conflito através de coberturas seletivas… Ahmadineyad estava na realidade a dizer que havia caminhos para a paz, mas isso foi omitido pela CNN. Ao mesmo tempo reforça-se a mensagem pré-fabricada com filmes como ‘Argo’, que criam uma propaganda bélica a favor de certos interesses”… Trata-se de uma retórica “que conduz à guerra, tal como ocorreu com o discurso das ‘armas de destruição em massa’”, que foi utilizado para lançar a guerra contra o Iraque, sublinha Amber.

Os fatos que Amber observou na CNN são a norma e não a exceção, especialmente em países como o México, onde o presidente tem fortes laços com a mais importante emissora de televisão do país.