Metalúrgicos interrompem produção em protesto contra retrocesso

Na região do ABC paulista, os metalúrgicos pararam nesta quarta-feira (16) as atividades na fábrica da Volkswagen, em São Bernardo do Campo, aderindo ao protesto contra as reformas do governo Temer, especialmente a da Previdência. Segundo o sindicato da categoria, a produção só será retomada nesta quinta.

Metalurgicos do ABC coontra a reforma.jpg - ADONIS GUERRA/SMABC

Os metalúrgicos planejavam realizar uma passeata até a sede do INSS em São Bernardo, na região central da cidade. Mas a atividade foi cancelada porque boa parte dos trabalhadores não conseguiu chegar à fábrica, devido à greve dos motoristas de ônibus, inclusive de veículos fretados, que também aderiram ao protesto.

"O empenho de todas as categorias neste dia de mobilização está muito forte. Os motoristas pararam já de madrugada. Sem ônibus, fizemos uma assembleia com os cerca de 600 trabalhadores que chegaram de carro e optamos por cancelar a caminhada e manter a fábrica parada por todo o dia", afirmou o presidente do sindicato, Rafael Marques. "À tarde, vamos para a Paulista, nos juntar à luta em São Paulo", acrescentou, referindo-se ao ato unitário previsto para as 16h, na Avenida Paulista.

"Enquanto o governo insistir nessa reforma, vamos continuar realizando nossas mobilizações. Estaremos na rua em defesa dos nossos direitos", garantiu o dirigente.

Na semana passada, no dia 7, os metalúrgicos já haviam feito manifestação ocupando a rodovia Imigrantes, na altura de Diadema, também contra as reformas trabalhista e da Previdência, além dos projetos de terceirização em tramitação no Congresso. O ato reuniu trabalhadores de 18 fábricas das quatro cidades que compõem a base do sindicato (São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra).

Em São Paulo, base da Força Sindical, metalúrgicos de várias fábricas fizeram assembleias e passeatas – como na Avenida das Nações Unidas, na zona sul da capital – na manhã desta quarta-feira. Em Osasco, na região metropolitana, o sindicato da categoria programou assembleias em diversos locais, para seguir à tarde até a Paulista. "Agora é o momento. Ou pressionamos ou vão inviabilizar a aposentadoria para os trabalhadores", disse o presidente da entidade, Jorge Nazareno, o Jorginho. Guarulhos, outra base da Força, mobilizou 5 mil metalúrgicos com paralisações em várias fábricas.

Na cidade de São José dos Campos, no interior, o protesto atingiu fábricas como a TI Automotive, a General Motors e a Embraer, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos (CSP-Conlutas). Logo cedo houve passeata na Rodovia Presidente Dutra.