Trabalhadores se unem em mobilizações contra reforma da Previdência

Vinte e uma categorias profissionais de São Paulo já decidiram aderir ao Dia Nacional de Luta com paralisações, greves e manifestações contra o desmonte da previdência, marcado para a próxima quarta-feira (15). 

reforma da previdência

Na noite da quinta-feira (9), cerca de 60 dirigentes de sindicatos, centrais sindicais e movimentos sociais e políticos se reuniram no Sindicato dos Metroviários de São Paulo numa plenária convocada para organizar as iniciativas de diversos setores profissionais neste dia de mobilizações.

Entre as categorias que podem participar do protestos, estão as ligadas ao setor de transporte. Bancários, trabalhadores dos Correios, da saúde, metalúrgicos, professores e servidores municipais e estaduais paulistas estão entre as categorias que devem paralisar os serviços, total ou parcialmente.

Algumas categorias pretendem fazer paralisações durante todo o dia 15, como bancários, metroviários e professores. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) já havia proposto paralisação neste dia, portanto outras cidades pelo país também terão greve de docentes. Os professores municipais de São Paulo vão realizar assembleia em frente à sede da prefeitura, no centro da capital, e os estaduais vão se manifestar em frente à Secretaria da Educação, na Praça da República.

Outros profissionais devem cruzar os braços somente por uma parte do dia, como os motoristas e cobradores de ônibus da capital paulista, que anunciam parar 100% da frota entre 0h e 8h. Categorias de servidores nacionais também vão paralisar atividades. Servidores federais da educação básica, profissional e tecnológica, do poder Judiciário, de autarquias e de empresas públicas também vão parar por 24 horas.

Os ferroviários paulistas e os motoristas de ônibus do ABC, de Osasco e Guarulhos vão realizar assembleias no início da próxima semana para definir a adesão ao movimento contra a reforma da Previdência.

Durante todo o dia, trabalhadores e movimentos sociais articulados nas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo vão realizar protestos e trancamento de vias em várias cidades do país. A partir das 16h, os manifestantes de São Paulo vão se reunir na Avenida Paulista.

As paralisações do 15 de maço foram inicialmente convocadas pelos sindicatos da educação básica, como início da greve nacional da educação, e depois incorporada pelas centrais sindicais como um dia nacional de mobilização. Dentre as representações presentes na renião desta quinta, estavam dirigentes da CTB, CSP Conlutas, Intersindical, CUT, UST e Nova Central Sindical e representantes das frentes Povo sem Medo e Brasil Popular.

Também participaram  lideranças da APEOESP, SINPEEM, Sinasefe, Sindicato dos Condutores de São Paulo, Oposição do SINTECT (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios), Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Sintraemfa, Sintaema, Sindicato dos Trabalhadores da CPTM (linhas da Zona Leste) e Sindicato dos Eletricitários

"Se essa reforma for aprovada, na prática, significará o fim da aposentadoria, que muda a idade mínima para 65 anos tanto para homens quanto para as mulheres e aumento o tempo de contribuição de 15 para 25 anos. Isso porque a expectativa de vida nas periferias e em muitas cidades é de 58 anos. Temer quer que o brasileiro morra trabalhando e diga adeus à mínima dignidade que foi conquistada e é garantida aos mais velhos na Declaração de Direitos Humanos", diz a Frente Brasil Popular em manifesto sobre as mobilizações.

Para os trabalhadores, não há nenhuma possibilidade de acordo com a proposta. Eles exigem a retirada total do projeto e reivindicam melhor fiscalização no recolhimento do tributo, cobrança dos devedores da previdência – que hoje acumulam dívidas no montante de R$ 426 bilhões – e acabar com as isenções fiscais dadas a diversos setores.

Para Onofre Gonçalves, presidente da CTB-SP, a reunião desta quinta mostrou que há unidade entre as diversas entidades da classe trabalhadora para o ato no dia 15. "A unificação da resistência é a única alternativa que temos para barrar os enormes retrocessos que este governo tenta implementar".

Entre as ações definidas no encontro, estão a realização de panfletagens em algumas estações de metrô da cidade e em grandes concentrações populares (praças, terminais de ônibus) nos dias 13 e 14 de março, além da organização de bloqueios em algumas avenidas e vias importantes no período da manhã e o ato unitário no final da tarde na avenida Paulista no dia 15.

Confira o que cada categoria está organizando para o 15 de março no estado e na capital paulista:

Metroviários SP: greve de 24h no dia 15 (assembleia no dia 14 delibera sobre a greve).

Condutores SP: vai parar da 0h as 8h (na véspera realizará assembleia que poderá ampliar o período de paralisação).

Plenária do setor de transportes em SP: segunda-feira (13) às 15h para aprovar a participação no dia de luta com os trabalhadores da base de Osasco, ABC e Guarulhos

Metalúrgicos SP: Vai parar em peso a zona sul com passeata e grande ato na ponte do Socorro. Nas demais regiões (leste, oeste e norte) vão parar as principais fábricas e realizar atos nas regiões

APEOESP (Professores estaduais): vai parar a partir do dia 15 e convoca assembleia na República, às 14h. Em seguida vai para Paulista se incorporar no ato unificado.

SINPEEM (Trabalhadoras/es em educação da rede municipal de São Paulo): vai parar a partir do dia 15 e convoca assembleia no viaduto do Chá em frente ao gabinete da Prefeitura.

SINASEFE (Servidores Federais): vão parar no dia 15

Servidores Municipais: vão parar no dia 15 e convocam para Paulista

SINTUSP: vão parar dia 15

SINDSEF: vão parar dia 15

SINTRAJUD: vão parar dia 15

Bancários: vão parar os bancos na região da avenida Paulista no dia 15

Eletricitários: vão parar 24h no dia 15

Correios: assembleias em todos os estados no dia 14 para organizar a paralisação de 24h no dia 15

Sintaema – Sabesp: vão parar metade do dia

Sindsaúde: vão parar vários hospitais dia 15

Químicos SP: vão parar dia 15

Químicos SJC: vão parar as fábricas

Metalúrgicos SJC: vão parar as fábricas e fazer manifestações em avenidas e estradas

Metroviários de BH: vão parar 24h no dia 15

CNTE: entidade nacional da educação convoca greve a partir do dia 15

Encaminhamentos:

Carta aberta unificada (100 mil cartas): no dia 14 às 6h nas estações de Metrô com assinatura de todas as entidades

Inserção em rádios: informando os trabalhadores e convocando o dia 15

Carros de som: nas portas de fábricas e nos bairros convocando a paralisação

Ato unificado na Paulista: dia 15 às 16h