Com Temer, Petrobras vende campo do pré-sal para grupo francês

Enquanto as ruas gritavam “Fora, Temer!”, a ilegítimo aproveitou o carnaval para dar mais um passo na sua política de desmonte do Estado. A Petrobras e a francesa Total assinaram nesta terça (28) contratos relacionados à Aliança Estratégica firmada em dezembro do ano passado, que envolve os campos de Iara e Lapa do pré-sal.

Temer, Parente e o pré-sal

A transação é um verdadeiro feirão do entreguismo. Dá 22,5% dos direitos na área de concessão de Iara, que inclui os campos de Sururu, Berbigão e Oeste de Atapu. A BG E&P Brasil (da Shell), com 25%, e a Petrogal Brasil, com 10%, também fazem parte desse consórcio.

Já no campo de Lapa, que iniciou operação em dezembro de 2016, a cessão de direitos é de 35%, com a transferência da operação para a Total e fatia de apenas 10% para a Petrobras. Também participam a BG E&P Brasil com 30% e a RepsolSinopec Brasil, com 25%. Foi ainda concluída a venda de 50% de participação da estatal para a Total na Termobahia, incluindo as térmicas Rômulo de Almeida e Celso Furtado, duas térmicas ligadas ao terminal de regaseificação de São Francisco do Conde, no mesmo estado.

E não é só isso. A operação ainda inclui a opção de aquisição de 20% de participação no bloco 2 da área de Perdido Foldbelt, no Golfo do México, “assumindo apenas as obrigações futuras proporcionais à sua participação”, diz um trecho da nota.

O comunicado destaca também que, com o negócio, o grupo francês Total amplia presença no Brasil com a participação em novos campos da Bacia de Santos e entrada “na promissora cadeia de valor de gás natural”.

Dirigida por Pedro Parente, a Petrobras negocia ativos que somam até agora R$ 13,6 bilhões, segundo dados da própria estatal. No “Plano de Negócios e Gestão 2017-2021”, o objetivo é “intensificar o compartilhamento” com os cartéis internacionais de petróleo. No entanto, detalhes do processo de venda dos ativos e os critérios de avaliação e demais questões que envolvem a transação são omitidos pela estatal.

A Federação Única dos Petroleiros ingressou com ação pedindo a suspensão cautelar dos processos de desinvestimento e a realização de oitiva da Petrobras. Levantamento feito pela federação adverte: “Além dos ativos já vendidos, chama atenção a lista de outros empreendimentos e setores que a Petrobras espera vender, saindo completamente de setores como distribuição, termelétricas, fertilizantes e exploração em campos terrestres, principalmente em áreas mais maduras. Com essa política, perdem os trabalhadores, seus acionistas, a empresa e também a sociedade”.