Em crise com imprensa, Trump diz que não irá a jantar com jornalistas

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste sábado (25/02) que romperá com a tradição e não participará do jantar dos correspondentes da Casa Branca, um evento social anual que costuma ser uma oportunidade para aliviar as tensões entre o governo dos EUA e a imprensa.

Donald Trump

 O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste sábado (25/02) que romperá com a tradição e não participará do jantar dos correspondentes da Casa Branca, um evento social anual que costuma ser uma oportunidade para aliviar as tensões entre o governo dos EUA e a imprensa.

O anúncio de Trump chega em um momento de tensão entre o governo dos EUA e parte da imprensa norte-americana, que recentemente foram chamados pelo presidente de "desonestos", "inimigo do povo" e divulgadores de "falsas notícias".

Na sexta-feira (24/02), jornalistas do The New York Times, CNN, BBC, Buzzfeed, Los Angeles Times, Politico, New York Daily News e Daily Mail foram impedidos de participar de uma entrevista coletiva com o secretário de imprensa da Casa Branca, Sean Spicer. Em um ato inédito na relação entre o governo e a imprensa, Spicer selecionou alguns veículos para participar de uma conferência, excluindo o restante dos jornalistas.

Na ocasião, a Associação de Correspondentes da Casa Branca repudiou a decisão, encorajando as organizações presentes na conferência a compartilhar as informações divulgadas com os outros membros da imprensa.

Também na sexta-feira, no segundo dia da Conferência Anual de Ação Política Conservadora (CPAC), Trump atacou a imprensa por esta pensar que ele nunca venceria as eleições presidenciais de novembro do ano passado e por manter sempre como favorita nas pesquisas à candidata democrata Hillary Clinton.

O presidente disse ser "o maior" defensor da liberdade de expressão, afirmando que, se a mídia tem liberdade para escrever histórias contra ele, ele tem o direito de criticar duramente as "pessoas desonestas" que inventam "notícias falsas". "Eu não sou contra a imprensa. Sou apenas contra a mídia ou imprensa de notícias falsas," afirmou Trump.

"Temos que lutar contra eles. Os veículos de imprensa são muito inteligentes, muito astutos e desonestos (…). Ficam irritados quando expomO jantar anual da Associação dos Correspondentes da Casa Branca tradicionalmente conta com a participação do presidente, da primeira-dama, altos funcionários do governo e jornalistas que cobrem a Casa Branca pelos grandes veículos de imprensa dos EUA, como CNN e The New York Times.

O jantar deste ano está previsto para o dia 29 de abril e alguns meios de comunicação já tinham anunciado que não pensavam em comparecer por conta da atitude do presidente em relação à imprensa.

O evento é organizado desde 1920 pela Associação dos Correspondentes da Casa Branca, uma organização que reúne os jornalistas que cobrem o governo e que foi muito crítico com o tratamento de Trump à imprensa e as restrições impostas aos repórteres que seguem o presidente.

Em comunicado, o presidente da Associação dos Correspondentes da Casa Branca, Jeff Mason, disse que o grupo "tomou nota" do anúncio de Trump, mas que o jantar seguirá sendo uma celebração da Primeira Emenda da Constituição, que protege a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa.

"A Associação dos Correspondentes da Casa Branca tomou nota do anúncio do presidente Donald Trump no Twitter sobre que não planeja participar do jantar, que foi e seguirá sendo uma celebração da Primeira Emenda e do importante papel desempenhado por uma imprensa independente para uma república saudável", disse Mason.os suas notícias falsas", indicou o presidente no fórum, o mais importante do conservadorismo nos EUA.