Sindicalistas e familiares dos PM´s unem forças no Espirito Santo

As Centrais Sindicais e familiares dos Policiais Militares do Espirito Santo aproximaram relações em reunião realizada nesta quinta-feira (22), reivindicando melhores condições de trabalho. Segundo a nota encaminhada após o encontro, "existe hoje a condição de parceiros solidários dos policiais militares que, na condição de trabalhadores e trabalhadoras, reivindicam condições dignas de trabalho e recomposição de perdas salariais".

Espírito Santo - Divulgação

Confira a íntegra da nota:

Vitória, ES , 23 de fevereiro de 2017

Das: Centrais Sindicais e Sindicatos Filiados, Movimentos de Familiares dos Trabalhadores na Polícia Militar
AO : Secretário Chefe da Casa Civil do Estado do ES

Exmo. Sr. José Carlos da Fonseca Júnior

Prezado Senhor Secretário,

As Centrais sindicais, sindicatos de trabalhadores, junto às organizações de familiares de Policiais Militares têm acompanhado com apreensão a grave crise na segurança pública de nosso Estado. Primeiramente, esclarecemos que entendemos como total responsabilidade do governo do Estado rumo que as coisas tomaram. O Espírito Santo vive dias de caos e de violência exacerbada, com inúmeros casos de mortes, saques, assaltos,furtos de veículos e um sem número de ocorrências, muitas das quais, não notificadas oficialmente.

Em momento nenhum o movimento sindical deixou de reconhecer a legitimidade das reivindicações dos trabalhadores policiais militares. Como trabalhadores que são, devem intensificar a defesa de bandeiras por seu direito de organização, de sindicalização e de lutar por seus direitos sem as amarras de uma legislação draconiana, que os quer submeter à condição de não trabalhadores. Antes de tudo, eles têm o direito de oferecer dignidade a suas famílias como fruto do suor de seu trabalho.

Da mesma forma, não fomos convidados a agir como interlocutores em qualquer momento. No entanto, acumulamos grande experiência em campanhas salariais, tanto no trato junto a trabalhadores da iniciativa privada, quanto junto ao funcionalismo público em todas as suas esferas.

Nesse sentido, solicitamos ao governo do Estado que adote medidas no sentido de dar resolutividade ao problema em tela, a fim de que a sociedade deixe de ser tão penalizada como vem ocorrendo. Para tanto, reivindicamos:

– Que o Estado abra mão de sua política de não negociar com o funcionalismo e abandone a prática de arrocho salarial que vem se arrastando na atual gestão;

– Que as contas do governo sejam colocadas com transparência para toda a sociedade;

– Que o Estado abandone a política de concessão de isenções e renúncias fiscais a empresas amplamente divulgadas na imprensa;

– Que o governo do Estado estabeleça como prioridade a responsabilidade social, com preocupação prioritária para o bem estar da população, com oferta digna de serviços públicos de saúde, educação, segurança, bem como geração de emprego e renda, além de outras políticas necessárias;

– Que as negociações avancem a partir do princípio fundamental da garantia dos direitos dos trabalhadores a uma vida digna a partir de seus salários, com reposição de perdas e ganhos reais de salários, a partir de uma proposta que garanta tal conquista;

– Que o governo do estado abandone a prática de perseguição até aqui adotada, consagrada nos discursos repetidos de punições, exonerações e outras. A demissão nunca foi solução para greves; a solução para o momento delicado é, insistimos, responsabilidade do governo, que deve assumir sua função de administrador público, com responsabilidades sociais expressas em suas obrigações;

– Que a negociação a ser estabelecida envolva todas as categorias de servidores públicos que também penam perdas acumuladas em seus vencimentos.

– Que a exemplo de outros Estados, o Espírito Santo possa evoluir para a formação de uma polícia cidadã, mais voltada para a integração com as comunidades e submetida a códigos de ética e conduta próprios, democraticamente construídos e coletivamente debatidos.

Vale lembrar que as Centrais Sindicais, bem como seus sindicatos filiados, assumem publicamente hoje a condição de parceiros solidários dos policiais militares que, na condição de trabalhadores e trabalhadoras, reivindicam condições dignas de trabalho e recomposição de perdas salariais. E alertamos que a insistência do governo em não negociar e sua opção pela intolerância podem levar à deflagração de um movimento de paralisação de todos os serviços públicos no Estado, o qual contará com total apoio das centrais sindicais e seus sindicatos filiados.

Nesse sentido, solicitamos uma urgente reunião com o governo do Estado, a fim de debatermos o assunto junto às representações sindicais dos trabalhadores, do governo do Estado e das representações de familiares dos Policiais Militares.

Sendo o que temos para o momento, enviamos nossas

Saudações
Central Única dos Trabalhadores ES
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
Força Sindical Espírito Santo
Familiares de Policiais Militares do Espírito Santo