Trabalhadores da Petrobras fazem mobilização contra desmonte 

Trabalhadores da Petrobras fazem na manhã desta terça-feira (14) mais um dia nacional de mobilização contra a privatização na empresa, em protesto contra o que chamam de desmontes promovidos pelo atual presidente da estatal, Pedro Parente, nomeado pelo governo Temer. A mobilização, que prevê panfletagem e diálogo nas portas de refinarias e terminais de embarque por todo o país, é organizada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP).

Petroleiros em defesa da petrobras - FUP

Segundo o coordenador da entidade, José Maria Rangel, a mobilização visa a alertar os petroleiros sobre as falsas justificativas alegadas pela gestão de Parente para executar a venda de ativos da companhia, que vão desde venda de campos de petróleo a refinarias, passando pela BR Distribuidora, um dos setores mais lucrativos do chamado sistema Petrobras – decisões de venda de patrimônio vêm sendo contestadas na Justiça.

"O objetivo é tentar passar para a categoria que esse processo de venda de ativos que está sendo levado adiante pela gestão de Pedro Parente não tem nada a ver com o que ele alardeia, os supostos malfeitos do governo passado. É porque está no DNA dele vender patrimônio público. Por todas as empresas que passou ele fez isso", diz o dirigente.

Ele afirma que essa etapa de conscientização dos petroleiros deve anteceder debates mais amplos a serem realizados com o restante da sociedade sobre os prejuízos acarretados por esse processo de desmonte da estatal. Outra ação essencial, segundo Rangel, é estabelecer o devido diálogo com a classe política, também no mesmo sentido.

Além de mostrar que a venda de ativos traz prejuízos para a própria empresa, para os trabalhadores, e para a soberania nacional, como um todo, Zé Maria afirma que o cenário internacional não está atraente para seguir adiante com as vendas planejadas por Parente e Temer, devido ao excesso de oferta, que faz com que os preços recuem. Esse movimento também se relaciona com os baixos patamares do preço do petróleo registrados nos últimos anos, que ameaça a tímida recuperação do setor.

"Além de ideologicamente sermos contra, hoje, as grandes operadoras do mundo estão se desfazendo de grande parte dos seus ativos. Os especialistas dizem que há no mundo ofertas em ativos que somam cerca de US$ 1 trilhão", diz o coordenador da FUP.