Grupo de trabalho do Foro de São Paulo emite Declaração de Manágua

No dia 12 de janeiro o Grupo de Trabalho do Foro de São Paulo aprovou a Declaração de Manágua, onde aponta a necessidade de “sair à ofensiva e a presença nesta reunião do Grupo de Trabalho dos companheiros Miguel Diaz-Canel, vice-presidente de Cuba; Nicolas Maduro, presidente da Venezuela e Daniel Ortega, presidente da Nicarágua, é uma mensagem clara sobre a necessidade de um Foro de São Paulo mais contundente frente à atual conjuntura.”

Reunião do Foro de São Paulo em Manágua - Divulgação

Participaram da reunião representantes de 24 organizações (21 membros do GT e 3 organizações convidadas) de 13 países: Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, México, Nicarágua, Porto Rico, Uruguai e Venezuela. O Brasil esteve representado pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB).

Leia a íntegra da declaração:

Declaração de Manágua

O Grupo de Trabalho do Foro de São Paulo, reunido na cidade de Manágua, Nicarágua, nos dias 11 e 12 de janeiro de 2017, analisando a conjuntura na América Latina e Caribe, constata que a ofensiva da direita no continente vem se intensificando desde 2015, contra as mudanças promovidas pelos governos progressistas e de esquerda, conforme demonstram vários acontecimentos políticos.

Dentre eles, podemos destacar principalmente a vitória eleitoral de Mauricio Macri, para a presidência da República da Argentina, a eleição de uma maioria de direita para o Parlamento Venezuelano, o triunfo da direita chilena nas últimas eleições municipais, a vitória do “Não” no referendo boliviano sobre a participação do Presidente Evo Morales na nova eleição, o golpe de Estado no Brasil, destituindo a Presidente Dilma Rousseff e a vitória do “Não” no referendo sobre o acordo de paz entre o governo da Colômbia e as FARC-EP.

No entanto, por mais pessimista que possa parecer este quadro, há também elementos que demonstram a capacidade de resistência das forças progressiva e de esquerda em nosso continente, começando com a recente vitória eleitoral do presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, e de sua vice, Rosario Murillo, com 72% dos votos, acontecimento que saudamos com satisfação. O Acordo de Paz na Colômbia foi renegociado em alguns pontos e agora está aprovado por outros mecanismos democráticos. O Governo Bolivariano da Venezuela teve sucesso em rechaçar as tentativas de golpe promovidas pelo Parlamento. Movimentos sociais e partidos políticos de esquerda reagem contra as políticas neoliberais de Macri, na Argentina e o golpe no Brasil. Está em disputa, neste momento, a presidência do Equador, onde Lenin Moreno, o candidato do Movimento Aliança País, partido membro do Foro de São Paulo, tem boa chance de vitória.

Em outras palavras, é necessário sair à ofensiva e a presença nesta reunião do Grupo de Trabalho dos companheiros Miguel Diaz-Canel, vice-presidente de Cuba; Nicolas Maduro, presidente da Venezuela e Daniel Ortega, presidente da Nicarágua, é uma mensagem clara da necessidade de um Foro de São Paulo mais contundente frente à atual conjuntura, particularmente a partir da posse do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que pelo menos sobre a questão da imigração ameaçou duramente os povos da América Latina e Caribe.

Isso sugere que a 23ª Reunião do Foro de São Paulo, que será realizada em Manágua, em julho próximo, sob os auspícios da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), tenha uma conotação especial de debates e de luta, o que exigirá um intenso trabalho preparatório, nos próximos meses.
Agradecemos aos companheiros da FSLN por sediar esta reunião.