Goiás mantém militante do MST preso há sete meses 

Há 7 meses, o trabalhador sem-terra, Lázaro Pereira da Luz foi preso sob a acusação de ter ocupado a Fazenda Itaquara, em Itapaci, Goiás. Filiado à Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), "mesmo sem provas de crime algum ele continua preso", afirma Ailma Maria de Oliveira, presidenta da CTB-GO.

Goiás mantém militante do MST preso há sete meses - Reprodução

“Com muita emoção fomos recebidos eu e o Antonio Bauer, dirigente da CTB-GO e do Sindicato dos Odontologistas do Estado de Goiás, pelo companheiro Luz”, conta a sindicalista.

Ela diz que o prisioneiro “estava cabisbaixo e algemado para trás, num desrespeito absurdo aos direitos humanos, mesmo porque ele não representa perigo algum”. Por isso, “quando o vi naquela situação corri para abraçá-lo e ele se levantou e choramos juntos”.

A emoção tomou conta, diz Oliveira. “Eu disse a ele que levávamos o abraço e a solidariedade de todas e todos os que acreditam na Justiça e na luta por um Brasil melhor”. A sindicalista conta ainda que mostrou para Luz o quanto ele é querido e da sua importância na luta pela reforma agrária.

“Disse-lhe que ele é querido e que estamos lutando pela liberdade dele e do Luiz Borges (outro sem-terra preso). Ele fez questão de relatar toda a história da prisão que há 7 meses o priva da liberdade”. Segundo Oliveira, Luz está preso por uma cilada montada contra ele.

“Ele ganhou uma vaca e depois o acusaram de tê-la roubado, por isso ainda está preso”, garante. Apesar disso, com relata Oliveira, Luz “se mantém lúcido e perguntou se seu neto já havia nascido”.

Isso porque seus familiares enfrentam muita dificuldade para visitá-lo no presídio no Centro de Custódia do presídio de Aparecida de Goiânia. De acordo com os militantes, o delegado de Itapaci persegue Luz por sua luta em defesa do meio ambiente e contra os latifundiários.

“Há dificuldade de visita direta como a que tivemos. Não permitiram que eu deixasse alimentos e uma camiseta do Cebrapaz para ele”, conta a presidenta da CTB-GO. Ele, diz ela, “disse que acredita na CTB, no MST e quando sair da prisão, continuará lutando por um Brasil Melhor.