Após repercussão, governo cancela licitação milionária de lanches 

O Palácio do Planalto anunciou nesta quinta-feira (28) o cancelamento de uma licitação, no valor aproximado de R$ 1,75 milhão, para contratação de serviços de alimentação para o avião do presidente ilegítimo Michel Temer. A decisão foi tomada após repercussão negativa em redes sociais. A lista chamava a atenção por conter diversas "guloseimas", como sorvetes, bolos, creme de avelã, chocolates, picolés etc.  

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“Por orientação presidencial, foi cancelado o Pregão 14/2016, para o dia 02.01.2017, de Serviços de Comissária Aérea”, escreveu o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, no Twitter. O governo havia aberto licitação para contratar serviços de alimentação por um ano.

Pelo prazo da licitação, o custo de um mês das refeições no avião presidencial poderia sustentar pelo menos 900 famílias do programa de transferência de renda criado em 2003, por Lula. Em 2015, a média mensal de recursos recebidos por cada família ficou no patamar dos R$ 161,69, segundo dados do antigo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Segundo reportagem do portal G1, a lista de itens solicitados pelo Planalto apresenta os preços unitários estimados. Entre eles, estão 500 potes de 100 gramas do sorvete tipo premium da marca Häagen-Dazs, pelo preço de R$ 15,09 cada um e 120 potes do creme de avelã da marca Nutella, pelo preço de R$ 39 a embalagem de 350 gramas.

Valores maiores

O valor é maior que o praticado por lojas de varejo – o G1 encontrou o creme de avelã Nutella no site das Lojas Americanas e do hipermercado Extra por R$ 20,87. O preço do sorvete Häagen-Dazs apontado pelo governo também é mais alto do que é possível encontrar no varejo. No Pão de Açúcar, o mesmo produto custa R$ 11,25.

Há na lista ainda amêndoas in natura, pelo preço de R$ 29 o pacote de 100 gramas, e farinha de linhaça dourada da marca Jasmine, por R$ 44 um pacote de 200 gramas.

Na justificativa da licitação, o Planalto afirma que “considerando-se que as viagens da Presidência da República com utilização de meios aéreos ocorrerem, por vezes, em horários que coincidem com os estimados para a realização de refeições, faz-se mister a contratação de empresa especializada neste tipo de serviço, com fornecimento de material especificamente no Aeroporto de Brasília”.

Ainda segundo o G1, Gil Castello Branco, fundador do site Contas Abertas, afirma que "os gastos são exorbitantes". "Diante dessa crise, o presidente deveria imediatamente cancelar essa licitação e adequá-la à realidade. Não há a menor necessidade de consumir essas iguarias durante um voo. O exemplo de austeridade tem que vir de cima, e o presidente tem agora uma ótima oportunidade de fazê-lo."