Medidas de Temer não surtem efeito e vendas à prazo caem no Natal

As vendas de Natal do comércio tiveram um novo ano de queda em 2016, segundo pesquisa divulgada nesta segunda-feira (26) pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). O levantamento mostra que as vendas a prazo tiveram queda de 1,46%, no terceiro ano seguido de recuo das compras parceladas de presentes.

Comércio no natal

“O comércio vendeu menos a prazo, mas não significa que o brasileiro deixou de presentear. Os consumidores estão mais preocupados em não comprometer o próprio orçamento com compras parceladas, por isso optaram por presentes mais baratos e geralmente pagos à vista, as famosas 'lembrancinhas'”, explicou em nota o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.

“Com o acesso ao crédito mais difícil, juros, inflação e desemprego elevados, o poder de compras do brasileiro ficou muito mais limitado para compras caras”, disse.

O resultado negativo já era aguardado pelos lojistas. "Reflete a tendência de desaquecimento das vendas no varejo observado ao longo de 2016, em virtude do cenário econômico desfavorável, com crédito mais caro, inflação elevada, aumento do desemprego e baixa confiança do consumidor para se endividar”, disse também em nota o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro.

O Natal é considerado pelos lojistas a data comemorativa mais importante em faturamento e volume de vendas.

Queda inédita nas vendas em shopping

As vendas em lojas de shopping no ano de 2016 acumulam R$ 140,5 bilhões, de acordo com dados da Associação Brasileira de lojistas de Shopping (Alshop). O resultado este ano é 3,2% menor em termos nominais do que o de 2015, de acordo com o estudo.

A Alshop apresentou números da evolução histórica das vendas em shoppings desde 2004 e, segundo os dados da entidade, o ano de 2016 é o primeiro desde então em que o setor registrou queda de vendas em termos nominais.

Como consequência da crise, o segmento de lojas de shoppings encolheu em 2016, encerrando o ano com menos pontos de venda em operação do que no ano passado. Dados da Alshop apontam uma queda de 12,9% na quantidade de lojas este ano.

É a primeira vez que a associação detecta uma diminuição na quantidade de lojas ao longo de um ano pelo menos desde a transição de 2004 para 2005, quando começou a ser feito o levantamento sobre a indústria de shoppings brasileira.