Miguel Torres: Um presente macabro 

Com visão de mundo que confronta as iniciativas governamentais que fez o País crescer com distribuição de renda para o povo, o novo governo apresenta mais uma pérola para os trabalhadores, neste momento de depressão da economia. Talvez imagine criar “um beija-flor, mas na realidade é um urubu”, como diz o ditado popular.

Por Miguel Torres* 

Miguel Torres: Um presente macabro - Imagens Internet

Em pleno dezembro, mês que simboliza nascimento, confraternização e amor, recebemos estarrecidos a notícia de que o governo pretende criar por medida provisória a contratação por hora trabalhada, com jornada intermitente (móvel).

Pode até ser um paliativo para quem está desempregado e busca, com razão, uma atividade emergencial que garanta o sustento de sua família. Mas torná-la uma modalidade oficial de contratação no País, esfacelando a CLT, é uma aberração.

A medida a ser anunciada precariza as relações de trabalho, pois enfraquece o alcance da ação sindical e, portanto, o poder de negociação do trabalhador junto aos patrões. E tem pouco valor para a necessária retomada sustentável e duradoura da economia.

Em vez de destinar de forma significativa o orçamento para o setor produtivo, garantindo crescimento, emprego e trabalho decente para o povo brasileiro, o governo, cada dia mais impopular, age de forma oportunista.

A pretexto de contornar a crise, o governo ameaça com a destruição dos históricos direitos da classe trabalhadora, não tem coragem de taxar as grandes fortunas e não mexe em nada nos privilégios de uma ínfima casta social, a da elite, dos rentistas e dos patrões predadores, que almejam só o lucro e não se importam com a dignidade humana.