Diálogo entre governo da Colômbia e Farc recebe Prêmio da Paz

Os esforços das Farc e do governo colombiano para alcançar um acordo pelo fim do conflito de mais de 50 anos foram reconhecidos oficialmente nesta quinta-feira (1/11) ao receber o Prêmio Nacional da Paz.

Timoleón Jiménez e Iván Márquez - AP

A entrega do prêmio coincidiu com o “Dia D” que marca o início da fase de transição do processo de paz, quando a guerrilha começa oficialmente a entregar as armas.

O Prêmio Nacional da Paz 2016 reconhece a dedicação, seriedade, o trabalho e a abnegação das duas partes para conquistar o acordo de paz definitivo. A notificação do prêmio destaca que tanto os representantes do governo como os porta-vozes das Farc desenvolveram “uma negociação inovadora centrada nas vítimas e nos problemas derivados do conflito”.

“Queremos exaltar assim o árduo trabalho cumprido por este amplo grupo de pessoas que durante seis ou mais longos anos consagraram suas mentes e seus corações, seus dias e suas noites, todos seus esforços, à difícil tarefa de dar fim a um conflito que nos destruiu sem piedade durante mais de meio século”, diz o texto oficial do prêmio.

Um dos jurados do Prêmio Nacional da Paz convocou a população colombiana para dar “o maior apoio possível a este novo acordo. Neste anseio temos que confluir hoje cidadãos e instituições, guerrilheiros e civis, camponeses e trabalhadores da cidade, operários e empresários”.

O porta-voz das Farc responsável por coordenar as mesas de diálogo realizadas em Havana, Iván Márquez, recebeu o diploma em nome da guerrilha.

Ao receber o documento, Márquez afirmou que a guerrilha vai passar à vida civil para se comprometer a construir “uma vida digna, sem violência e sem repetição [do conflito]”.

O dirigente guerrilheiro qualificou o Acordo de Paz conquistado após anos de negociação com o governo e recentemente com a oposição como “palavras sagradas de um tratado de paz com justiça social para o futuro, para as novas gerações”.

O porta-voz do governo, Humberto De La Calle, por sua vez, ressaltou o comprometimento com a não repetição. “O verdadeiro acordo nacional deve ser feito nos territórios [de conflito] para que todas as forças de uma vez por todas evitem repetir massacres que arruinariam o projeto de paz para nossos filhos e netos”.