Governo colombiano e Farc assinam novo acordo de paz

O governo colombiano e as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) assinaram nesta quinta-feira (24) o novo acordo de paz em uma cerimônia no Teatro Colón, em Bogotá, capital do país.

Acordo de Paz - Telesur

O novo acordo recebeu cerca de 190 ajustes, entre modificações e adendos, sugeridos pela oposição responsável por encabeçar a campanha contrária ao documento.

O comandante em chefe das Farc, Timoleón Jiménez, expressou sua satisfação ao assinar o acordo definitivo de paz e pediu ao governo para respeitar o documento a fim de avançar rumo à construção de um novo país.

Timochenko, como é conhecido o comandante, disse também que a palavra é a única arma dos colombianos e lembrou dos avanços obtidos nos últimos cinco anos de diálogo com o governo, realizados em Havana, Cuba.

Disse ainda que o novo acordo de paz contempla as inquietudes de vários setores políticos, sociais e religiosos do país. Destacou que depois do fracasso do plebiscito realizado no dia 2 de outubro, quando a primeira versão do acordo foi rejeitada pela população, as partes se reuniram em havana para enriquecer o documento.

Durante mais de 4 anos os líderes da guerrilha e representantes do governo de Juan Manuel Santos sem empenharam e debater a melhor forma de solucionar o conflito que já dura mais de 50 anos. Ao final deste processo, o acordo de paz foi assinado pelos representantes oficiais das duas partes em uma cerimônia realizada em Cartagena das Índias que contou com a presença do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon e presidentes de diversos países que apoiaram o processo.

No entanto, houve uma campanha massiva da direita, liderada pelo ex-presidente Álvaro Uribe, para rejeitar o acordo. Com a publicidade e a mídia de massa empenhadas neste processo, o acordo foi rejeitado em plebiscito e, com isso, a oposição ganhou força para exigir um assento na mesa de diálogo. Portanto, esta nova versão do acordo conta com boa parte das reivindicações feitas pelos setores mais reacionários do país. “Nesta última etapa, escutamos todos os setores”, garantiu Timochenko.

Farc pedem governo de transição

Timoleón Jiménez defende que para a implementação dos acordos e a reconciliação do país deve-se haver um governo de transição cujo propósito seja a instauração do acordo.

“Destacamos a importância que teria para o país aa conformação de um governo de transição cujo propósito fundamental seja o cumprimento cabal dos acordos firmados em havana, o qual deveria ser integrado por todas as forças e setores que tem trabalhado sem trégua para isso”.

Disse ainda que o novo acordo pertence ao povo colombiano que “ajudou a construí-lo com suas esperanças e convicções”. “Este novo acordo deve nos levar a fazer um país melhor”.

Dia D

O presidente Juan Manuel Santos, por sua vez, afirmou que o chamado “Dia D” começa quando o Congresso aprovar o acordo. Para o chefe de Estado, com a assinatura deste acordo foi conquistada a possibilidade de dar fim ao conflito amado. “A guerra termina e já não haverão mais vítimas”.