Altamiro Borges: Invasores fascistas da Câmara serão punidos?

O fato ocorrido nesta quarta-feira (16) em Brasília é gravíssimo. Um grupo de 50 fascistas, gritando o nome do seu herói, o “juiz” Sergio Moro, e rosnando pela volta da ditadura militar e contra o “comunismo no Brasil”, invadiu o plenário da Câmara Federal.

Por Altamiro Borges*, em seu blog

Invasores - Foto: Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados

Transtornados, eles agrediram parlamentares, quebraram uma das portas de vidro da casa legislativa e esbanjaram truculência. Se medidas duras não forem tomadas – para identificar os fanáticos, rastrear seus vínculos e puni-los exemplarmente –, as instituições do país correrão sérios riscos. O ovo da serpente, chocado pela mídia e pelos golpistas que tomaram de assalto o governo, assanhará os fascistas e poderá causar danos ainda maiores para a já combalida democracia brasileira.

Segundo o noticiário da imprensa – que insiste em chamar os invasores de “manifestantes” –, a ação durou cerca de três horas. De forma estranha, sem qualquer controle da segurança do parlamento – há boatos, inclusive, de que alguns dos malucos passaram pelo raio x portando arma de fogo –, o grupo ocupou o plenário. Aos berros, os mais exaltados interromperam os deputados que discursavam sobre temas dos seus estados enquanto aguardavam ser registrado quórum para início oficial da sessão. Do alto da tribuna, eles exigiram a presença do usurpador Michel Temer e dos “generais”, cantaram o hino nacional e deram vivas ao “justiceiro” Sergio Moro, o herói dos fascistas.

Só após muita confusão, que inclusive resultou em duas pessoas feridas, os maníacos foram contidos e presos pelo Departamento da Polícia do Legislativo. No início da noite, eles foram encaminhados à Polícia Federal para serem indiciados. Diante do ocorrido, o presidente da Câmara Federal, o demo Rodrigo Maia – um dos líderes do “golpe dos corruptos”, que instalou o clima de instabilidade no país –, anunciou que tomará medidas duras e que descarta negociar com os invasores. “É inegociável. Acordo a gente faz antes de ser observada qualquer baderna, com pessoas que prezam o respeito às instituições. Depois de invadirem o plenário, quebrarem a porta de vidro, não tem mais acordo.” Ele garantiu que os envolvidos deverão responder pelo crime de depredação de patrimônio público.

Só isto, porém, não basta. Mais do que depredar o patrimônio público, a ação insana – terrorista – destes malucos coloca em risco a democracia.