Trump nomeia supremacista branco como assessor estratégico

Bannon, de 62 anos de idade, tinha dado uma pausa de suas funções como presidente do grupo midiático Breitbart News Network para encabeçar a campanha eleitoral de Trump.

Ademais, o futuro mandatário nomeou como chefe de Despacho Reince Priebus, presidente do Comitê Nacional Republicano, em uma movimentação que aparentemente busca sanar as fraturas internas no 'Grand Old Party'.

Segundo Trump, 'Steve e Reince são líderes altamente qualificados que fizeram uma boa equipe na campanha que nos deu a vitória. Agora os terei comigo na Casa Branca e trabalharemos para que a América seja grande outra vez'.

David Axelrod, assessor principal do presidente Barack Obama em seu primeiro mandato, considerou 'profundamente preocupante' ter Bannon na Casa Branca, ainda que tenha avaliado que Priebus daria um enfoque mais convencional.

Mesmo assim, vários especialistas avaliam que ambos servidores públicos rivalizarão para serem a mão direita do polêmico magnata, que ganhou a presidência na terça-feira passada graças ao voto eleitoral.

O Southern Poverty Law Center, grupo que monitora os grupos de ódio, assinalou que Bannon consolidou o perfil de Breitbart como um portal informativo marcado por seu populismo de linha dura, supremacista e de ultradireita.

Breitbart propagou teorias conspirativas sem fundamento, como imputar uma origem nazista ao planejamento familiar, ou acusar Huma Abedin, assistente da democrata Hillary Clinton, de ser uma espiã da Arábia Saudita.

Ademais, ataca mulheres que se rebelam contra todas as formas de assédio ou preconceito de gênero, publica histórias de corte misógino e racista, e retrata imigrantes e afro-americanos como criminosos em potencial.

A campanha de Trump utilizou o referido site para atacar inclusive republicanos de grande influência, como o presidente da Câmera de Representantes, Paul Ryan, ou o ex-candidato presidencial e veterano de guerra John McCain.

Bannon foi um oficial do Serviço Naval dos Estados Unidos antes de fazer uma fortuna nos meios, e inclusive gente próxima, como seu antecessor no Bretitbart, Ben Shapiro, o define como uma pessoa 'oportunista, sinistra e vingativa'.