Agora, Lava Jato diz que desconfia que delatores blindam PSDB e Temer

Delatores da Operação Lava Jato que teriam omitido informações, propositalmente ou não, serão convocados a prestar novos depoimentos nas próximas semanas. Entre eles estão executivos da Camargo Correa, Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez.

José Serra e Michel Temer - Wilson Dias / Agência Brasil

A suspeita é de que eles teriam deixado de detalhar supostos esquemas de propina pagos em obras de responsabilidade dos governos de São Paulo e de Minas Gerais quando eram administrados pelo PSDB. Obras realizadas nos governos paulistas de José Serra e Geraldo Alckmin e no mineiro de Aécio Neves estariam na mira dos investigadores. As informações são do El País.

De acordo com a reportagem, o retorno dos delatores teria sido confirmado por fontes ligadas à investigação na Procuradoria Geral da República. O jornal destaca que o que chamou a atenção do grupo de trabalho que atua em Brasília foram informações que antecedem o acordo de delação premiada de executivos das empreiteiras Odebrecht e OAS citando irregularidades em obras das quais ambas participaram ao lado das demais investigadas ou nas quais foram concorrentes.

O El País prossegue afirmando que com a chegada de Michel Temer à Presidência, apoiado pelo PSDB, parte das empreiteiras estaria evitando delatar esquemas que envolvam o grupo que atualmente governa o Brasil, segundo relataram empresários a investigadores. “A razão seria que essas empreiteiras precisariam seguir firmando contratos com o governo federal e, no entendimento delas, se entregassem irregularidades de quem está no poder, dificilmente conseguiriam ser aprovadas em processos licitatórios para novas obras. Elas temem que a corrupção sistemática que por décadas predomina no poder público brasileiro ainda esteja longe de acabar, independentemente de quem esteja no comando do país”, diz a reportagem.