Trabalhadores dos transportes aprovam paralisações no dia 11  

Com a presença de mais de 600 dirigentes de todo o país, a Assembleia Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Setor de Transportes se reuniu em plenária nesta terça-feira (8), em São Paulo, para debater a adesão ao Dia Nacional de Greve e Paralisação, convocado pelas centrais sindicais para o dia 11 de novembro. 

plenária dos trabalhadores dos transportes no dia 8 de novembro - CTB

A categoria denuncia que o setor de transporte tem sido alvo de ataques, com restrições ao direito à livre manifestação e o real direito à greve, além de demissões arbitrárias, configurando práticas antissindicais. Metrôs e ônibus urbanos não vão interromper suas atividades, mas organizam paralisações pontuais de segmentos não essenciais, panfletagens e divulgação de uma carta aberta à população. 

 
Ainda que existam divergências, as lideranças da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Força Sindical, Intersindical e Conlutas destacaram em suas falas a importância da unidade do movimento sindical neste momento de graves ataques à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e aos direitos mínimos que ela garante aos trabalhadores e trabalhadoras no país.
 
"A nossa responsabilidade neste momento não é pequena. Depende da gente dar uma resposta, dizer que não vamos aceitar! Todas as categorias têm de se mobilizar ou a situação só vai piorar", disse o secretário geral da CTB, Wagner Gomes, convocando unidade das centrais na construção de um movimento de resistência.
 
Para Gomes, depois de 13 anos de um governo popular e progressista, em que se resolviam as questões com muita negociação, já deu para perceber que o cenário mudou e governo "não é tudo igual", como muita gente diz por aí. 
 
"O Brasil soberano e independente sofreu uma pancada. O que está colocado para os trabalhadores e trabalhadoras desta plenária é que são todos (as) neste momento comandantes em um campo de batalha. Se queremos nosso Brasil de volta, somos nós que teremos a obrigação de lutar para que isso aconteça. O Brasil de volta aos brasileiros". 
 
O presidente da CTB-SP, Onofre Gonçalves, que também é metroviário, diz que o dia 11 vai ser a largada oficial para esta reação da classe trabalhadora, com mobilização em diversas áreas. "Teremos panfletagens e paralisações em diferentes setores. Metroviários, ferroviários, motoristas, entre outras, são fundamentais para o sucesso da mobilização, só assim podemos parar o País contra esses ataques aos direitos trabalhistas”, afirmou.
 
Em um cenário de ameaças à integridade e dignidade da classe trabalhadora brasileira, o metroviário e dirigente cetebista Flávio Godói frisa que este é o momento de se reorganizar e rearticular para enfrentar este golpe infringido pela direita deste país aos trabalhadores. "Esta unidade que vemos concretamente hoje aqui nesta plenária é fundamental para avançar e para não sermos derrotados em nossas lutas contra as reformas", afirmou.