Senadora Vanessa elogia reação da juventude ao arbítrio 

“A defesa da democracia se impõe como a luta central diante da onda de agressão e intimidação que atinge o país. Nossa liberdade está sendo violentada. Se hoje são estudantes, trabalhadores rurais e ativistas sociais, amanhã serão todos os demais segmentos sociais, pois, quando não se reage ao arbítrio em algum momento, todos nós seremos vítimas dele.” 

Deputados vão debater sobre violência em ocupações nas escolas

O alerta foi feito pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) em sua coluna semanal na Folha de São Paulo. A parlamentar elogia a atuação dos estudantes secundaristas e universitários, que ocupam centenas de escolas e universidades revelando “uma corajosa e consciente manifestação de protesto contra a política de desmonte da educação, dos serviços públicos e do próprio país.”

“É na defesa da educação pública e da democracia que milhares de estudantes se mobilizam. Começaram a ocupar as escolas numa reação firme contra a violência que é impor à sociedade, sem diálogo, projetos como a reforma do ensino médio, a Escola Sem Partido e a PEC 241 — agora, no Senado, PEC 55”, afirma a senadora.

Segundo ela ainda, “é mais uma contribuição à longa trajetória de lutas de nossa juventude. Em todas as memoráveis campanhas patrióticas, os jovens sempre estiveram na primeira fileira. Foi assim no "Petróleo é Nosso", na criação da Força Expedicionária Brasileira (FEB) durante a Segunda Guerra, no combate à ditadura militar, nas Diretas-Já e na redemocratização do país.”

A senadora Vanessa lembra ainda que “nos governos Lula e Dilma, os jovens participaram ativamente de grandes conquistas educacionais: 422 escolas técnicas, 18 universidades federais, 173 campis, ProUni, Fies e Enem. Em apenas 12 anos, o Brasil matriculou mais 3,5 milhões de jovens no ensino superior, a mesma quantidade que todos os demais governos matricularam nos 500 anos que governaram.”

E que agora lutam contra a destruição desse legado. “A ocupação de escolas é a reação natural contra a violência do ‘governo’ Temer nas esferas política, pedagógica e policial, pois, trata-se de uma administração sem respaldo e confiança da sociedade, que impõe medidas antipopulares e ainda trata com truculência os legítimos movimentos reativos de protesto e resistência.”

Onda arbitrária

O caso da invasão pela polícia da escola do Movimento dos Sem Terra, em São Paulo, na última sexta-feira (4) foi apontada como exemplo dessa onda arbitrária que atinge o país. “A polícia invadiu, sem mandado judicial, a Escola Nacional Florestan Fernandes, do MST. Fortemente armada, disparou tiros e criou pânico num local onde estavam convidados estrangeiros, crianças, adolescentes e idosos”, denunciou a senadora.

E, a exemplo da Anistia Internacional, a senadora condenou essa violência: Isto é um precedente perigoso para o Estado Democrático de Direito. Todos perdem neste cenário", avalia Vanessa, para quem "o Brasil vive ainda uma estrutura agrária, onde a violência contra trabalhadores rurais e a criminalização dos movimentos sociais colocam em risco direitos fundamentais no campo.”