Governo de Maurício Macri volta a negar as vítimas da ditadura

O governo da Argentina assegurou, nesta segunda-feira (7), através de um informe oficial assinado pelo secretário de Diretos Humanos, Claudio Avruj, que durante a última ditadura civil-militar foram assassinadas e desapareceram 7.300 pessoas. Porém, organizações, familiares e ativistas pelos Direitos Humanos alegam que a ditadura deixou pelo menos 30 mil vítimas.

Coletiva de imprensa com Macri - Efe

Este novo documento reacende a polêmica do início do ano, de quando o ex-ministro da Cultura, Darío Lopérfido, anunciou que “não foram 30 mil desaparecidos” e em seguida o presidente Maurício Macri garantiu que não “não tinha ideia” se foram “9 ou 30 mil” desaparecidos.

De forma detalhada, o documento de Macri indica que entre 12 de outubro de 1973 e 23 de março de 1976 houve 271 vítimas de desaparecimento forçado e assassinato, enquanto que, durante a ditadura entre 24 de março de 1976 e 10 de dezembro de 1983 foram 7.300 desaparecidos e assassinados.

As cifras surgiram de um informe que o Registro Unificado de Vítimas do Terrorismo de Estado fez a partir de registros da ONG Cidadãos Livres. Porém, há dezenas de organizações e entidades voltadas à luta pela memória, verdade e justiça sobre a ditadura militar argentina que contestam estes números. Entre elas as Mães e as Avós da Praça de Maio. A ditadura militar argentina é considerada uma das mais violentas do continente.