EUA: Na véspera da eleição, pesquisas dão vantagem a Hillary

Candidata democrata aparece à frente de Trump em três sondagens, mas com pequena margem. Obama faz ofensiva em estados considerados indecisos, como a Flórida, fundamental para se chegar à Casa Branca.

Cartaz de Hillary Clinton em escritório de campanha em New Hampshire, um dos estados-chave na disputa - Getty Images

Pesquisas divulgadas nesta segunda-feira (7), véspera de uma das eleições presidenciais mais polarizadoras da história recente americana, apontam que a democrata Hillary Clinton mantém vantagem sobre o republicano Donald Trump – ainda que dentro da margem de erro.

No levantamento encomendado pela rede CBS News, por exemplo, a ex-secretária de Estado aparece com 45% das intenções de voto, contra 41% de Trump. Realizada entre os últimos domingo e quarta-feira, a pesquisa tem margem de erro de 3%.

Hillary aparece também quatro pontos à frente de Trump na pesquisa ABC News/Washington Post, com 47% dos votos em cenário nacional. A margem de erro é de 2,5% para mais ou para menos, e a sondagem foi realizada entre quarta-feira e sábado.

A candidata democrata também aparece na liderança no último levantamento elaborado para Bloomberg/Selzer, mas com três pontos de vantagem. Na pesquisa, que tem margem de erro de 3,5%, Hillary tem 46% das intenções de voto.

Ter a maioria das intenções de voto em pesquisas nacionais, porém, não significam vitória nos EUA. No sistema eleitoral americano, o presidente é eleito pelo Colégio Eleitoral, e os cidadãos elegem apenas os representantes do seu estado nesse colégio.

O Colégio Eleitoral é formado por 538 pessoas. E cada um dos 50 estados americanos, mais o distrito federal Washington, está representado nele mais ou menos de acordo com a sua população.

A Califórnia, por exemplo, estado mais populoso, tem 55 delegados, que provavelmente devem ir para os democratas. Segundo em número de habitantes, o Texas, mais inclinado para os republicanos, tem 38 delegados.

Para vencer a eleição, o candidato precisa ter a maioria no Colégio Eleitoral, ou seja, 270 votos. Para chegar à cifra neste ano, será fundamental conquistar os chamados swing states – estados onde, diferentemente de Texas e Califórnia, a disputa é tida como em aberto.

Ofensiva pela Flórida

Por isso, nos últimos dias antes da votação, o presidente Barack Obama reservou seu tempo para realizar viagens aos estados onde a disputa é considerada em aberto. No domingo, ele esteve na Flórida, onde a vitória é imprescindível para se chegar à Casa Branca.

Em comício em Kissimmee, no centro do estado e onde não há um padrão definido por parte do eleitor, Obama disse que "a força do voto foi comprovada" em 2008, quando a Flórida voltou a votar pelos democratas após 12 anos, e 2012.

"Jogaremos fora todo o progresso conseguido se não ganharmos estas eleições. E ganharemos estas eleições se ganharmos na Flórida", disse Obama, que em 2012 venceu na Flórida por 0,9 ponto de diferença, graças ao apoio em massa de latinos e negros.

Enquanto a região norte da Flórida é branca e republicana, e a sul é mais latina e democrata, o centro – onde Trump voltou no sábado e que Obama visitou no domingo – pode ser essencial.

A região registrou um notável aumento de cidadãos negros e latinos na última década, especialmente portorriquenhos, que já passam dos 300 mil e que podem votar nas eleições.

A eles Obama se dirigiu quando disse, em espanhol, "Si, se puede", o famoso slogan de sua campanha de 2008 e que foi cunhado em 1972 pelo líder hispânico César Chávez.

Nesta segunda-feira, Obama segue seu giro pelos chamados swing states, com passagens programadas por Michigan, Pensilvânia e New Hampshire. Trump tem comícios nos mesmos estados, além da Carolina do Norte.