New York Times: FBI não encontrou ligação entre Trump e Kremlin

As investigações do FBI sobre o suposto papel da Rússia na corrida presidencial norte-americana não identificaram quaisquer ligações entre o candidato do Partido Republicano, Donald Trump, e autoridades do Kremlin, informou o jornal estadunidense The New York Times.

Donald Trump, candidato republicano a presidente dos EUA - AFP

"Autoridades da lei afirmam que nenhuma das investigações até agora encontrou qualquer ligação conclusiva ou direta entre Trump e o governo russo", publicou o jornal norte-americano nesta terça-feira (1º/11).

"E até mesmo a invasão aos e-mails dos democratas, o FBI e os agentes de inteligência acreditam agora, visava a atravancar as eleições presidenciais, em vez de eleger Trump", lê-se no jornal.

Acusações não oficiais

De acordo com o canal de TV norte-americano CNBC, o chefe do FBI, James Comey, se pronunciou contra a decisão das autoridades de Washington de culpar Moscou pelos ataques cibernéticos a e-mail de políticos e organizações norte-americanas.

Citando um ex-funcionário do FBI, que preferiu não se identificar, o CNBC informou que Comey teria argumentado que estava muito perto do dia da eleição nos EUA para culpar publicamente a Rússia por intrometer-se no processo, embora concordasse com a possibilidade de um país estrangeiro estar por trás da invasão dos hackers.

"Uma potência estrangeira estava tentando minar a eleição. Ele [Comey] acreditava ser verdade, mas era contra discutir isso antes da eleição", disse a fonte. "Se isso for dito, não deve sair do FBI", acrescentou, ao citar as palavras do chefe do órgão.

No dia 7 de outubro, o Departamento de Segurança Interna dos EUA e o Gabinete do Diretor de Inteligência Nacional divulgaram, em um comunicado, que "a comunidade de inteligência dos EUA está certa de que o governo russo comandou as recentes ações contra e-mails de pessoas e instituições dos EUA, incluindo organizações políticas (…) Essas divulgações têm a intenção de interferir no processo eleitoral dos EUA".

Mais cedo, em julho, o site WikiLeaks publicou uma série de e-mails hackeados do Comitê Nacional Democrata. Na ocasião, a candidata pelo Partido Democrata, Hillary Clinton, acusou hackers russos pela invasão, e o diretor de Inteligência dos EUA, James Clapper, também sugeriu que a Rússia estivesse envolvida no caso.

Todas as acusações foram repetidamente negadas pelo Kremlin.