Organizações sociais acompanham Cristina Kirchner ao tribunal

A ex-presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, é acusada de cometer irregularidades em obras públicas durante seu governo e por isso foi intimada a prestar esclarecimentos à justiça nesta segunda-feira (31). Centenas de organizações sociais e partidos políticos partiram em defesa da dirigente e a acompanharam. Enquanto ela prestava seu depoimento, os arredores do tribunal de Comodoro PY estava tomado por manifestações.

cristina kirchner - Telesur

A ex-mandatária foi citada pelo juiz Julián Ercolini em um caso em que lhe são atribuídas supostas irregularidades na adjudicação de obras públicas ao empresário Lázaro Báez na província de Santa Cruz durante sua presidência.

Cristina qualificou como um “disparate maiúsculo” as acusações contra ela. “As obras públicas são aprovadas pelo parlamento, não pelos presidentes. Desde 1994 são os chefes de gabinete que administram as contas”, disse.

O aparto policial enviado para o local foi destaque na imprensa local. Isso porque, mais de 300 oficiais foram escalados para fazer a escolta da ex-presidenta até o tribunal. Os manifestantes queriam se aproximar de Cristina quando ela saiu em um carro, e houve agressão policial. Prontamente ela desembarcou e seguiu uma parte do caminho a pé, ao mesmo tempo que falava aos policiais: “peguem a mim, não ao povo!”.

Entre os dirigentes que foram apoiar Cristina estava o secretário geral da Central dos Trabalhadores da Argentina, Hugo Yasky. Segundo ele, a perseguição contra a dirigente política é uma forma de “proscrição nesta época atual equivalente ao que foi o peronismo no século passado”.

Durante o governo de Mauricio Macri já aconteceram uma série de reajustes em serviços básicos que atingiram negativamente principalmente a população mais pobre e já significam uma perda de pelo menos 30% no poder de compra do salário mínimo.

Para Hugo, os trabalhadores são “os mais castigados por esta política de ajuste. Perdemos neste ano 10 pontos de salário. [Por isso], se deve defender a quem junto com Néstor Kirchner, permitiu12 anos de negociações salariais livres”, afirmou.

A defesa de Cristina pediu que o interrogatório fosse anulado porque não se baseia em fatos jurídicos, mas políticos, como tem acontecido no Brasil contra dirigentes da esquerda.

Mas o juiz responsável pelo caso, Julián Ercolini, não só seguiu adiante com a intimação, como também restringiu os bens da ex-presidenta e de outros 15 servidores públicos de seu governo.

Assista ao vídeo que mostra Cristina sendo recebida pela população: