Criolo fala sobre injustiça social e relembra trajetória difícil

“Alguns tapumes avisando do novo empreendimento e na calçada as pessoas passando por condições difíceis”, declarou o rapper Criolo para um vídeo da assessoria de comunicação da Defensoria Pública do Rio de Janeiro. O vídeo foi gravado durante a participação do músico paulista, em setembro no Rio de Janeiro, do lançamento da cartilha “Direitos Humanos do Cidadão em Situação de Rua”. A publicação da Defensoria traz na capa a letra da canção “Casa de Papelão”, de autoria dele.

“As pessoas em condições difíceis” foram uma das motivações para a música Casa de Papelão. A situação aconteceu em 2013 na cracolândia, no centro de São Paulo.  Criolo disse que naquela ocasião relembrou a condição de homem-seta, função que ele conheceu. 

”Sendo homem seta você fica 12 horas em pé por 25 reais, sem almoço e sem a condução. Você que se vire”. A função do homem-seta é promover empreendimentos imobiliários segurando uma placa pendurada ao pescoço, que aponta para a direção do lançamento.

Segundo Criolo, a situação daquele dia na cracolândia e experiências vividas por ele resultaram na música. Mesmo com a percepção da difícil realidade das ruas paulistas, Criolo não perde a perspectiva da transformação. “Aonde tem pobre tem dinheiro porque pobre é trabalhador. Nós temos condições de fazer a construção de uma sociedade mais justa”, ressaltou.
Confira o vídeo na íntegra publicado no canal do youtube da Defensoria Pública do Rio de Janeiro