Renan ganha no STF e é alvo de juízes em ação no Conselho de Ética 

Para evitar uma crise institucional entre os poderes, que ao longo da semana produziu muitos desdobramentos, Michel Temer quer promover um encontro entre o presidente do Senado e a presidenta do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (28). Uma tentativa inicial fracassou e nos últimos dias a situação vem se deteriorando com ameaças de ambos os lados.  

Renan Calheiros presidirá o Senado pelos próximos dois anos

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), deve se encontrar com a presidenta do STF, Cármem Lúcia, nesta sexta-feira com uma vitória. O ministro Teori Zavascki, em caráter liminar (provisório), suspendeu a Operação Métis da Polícia Federal, pivô da crise entre o Senado e o Supremo.

Em nota oficial, Renan Calheiros elogiou a decisão de Zavascki: “é uma demonstração de que não podemos perder a fé na Justiça e na democracia e que o funcionamento harmônico das instituições é a única garantia do Estado Democrático de Direito”.

Na mesma data, Renan sofreu um revés da classe jurídica que, nas palavras de Cármem Lúcia, se sente ofendida quando um juiz é agredido. Era a resposta às declarações de Calheiros sobre o juiz de 1ª instância, Vallisney de Souza Oliveira, que autorizou a prisão de quatro policiais legislativos na Operação Métis. O magistrado foi chamado de “juizeco” por ter extrapolado sua competência. Somente o STF pode autorizar ações policiais no Congresso.

Nesta quinta-feira (27), uma petição contra o presidente do Senado, Renan Calheiros, assinada por cinco juízes, foi protocolada no Conselho de Ética do Senado.

Segundo a assessoria do senador João Alberto (PMDB-MA), presidente do colegiado, o documento apresentado pelos juízes “faz menção ao Código de Ética da Magistratura, que diz que qualquer afronta que fira a independência de um juiz deve ser denunciada. Assim, os juízes abaixo-assinados sentem-se no dever de provocar o Conselho de Ética para verificar se houve ou não quebra de decoro pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, em suas declarações”.

O presidente do Conselho deverá tomar ciência da peça somente na segunda-feira (31). João Alberto deve então encaminhá-la para a Advocacia do Senado para análise jurídica. O documento ainda não foi publicado.