Odebrecht pagou caixa dois em conta na Suíça para campanha de Serra

 Diferentemente das delações que tinham o PT como alvo, as informações sobre a delação dos executivos da Odebrecht na Lava Jato parecem estar guardadas a sete chaves. Há algum tempo a imprensa especula sobre os nomes citados na delação. Agora, em reportagem da Folha de S. Paulo desta sexta-feira (28), eis que um nome reaparece na delação premiada da empreiteira, cujo acordo foi fechado nesta semana: o tucano José Serra (PSDB), ministro das Relações Exteriores de Michel Temer (PMDB).

José Serra - Marcos Oliveira/Agência Senado

De acordo com a Folha, a Odebrecht informou que pagou R$ 23 milhões ao candidato tucano à Presidência da República, em 2010, numa conta secreta na Suíça, pelo caixa dois, numa operação feita pelo ex-tesoureiro Márcio Fortes e por Ronaldo Cezar Coelho, um banqueiro e político do PSDB tucano.

O mais curioso dessa delação é que que os executivos informam que ainda possuem o recibo dos depósitos de um valor que, corrigido pela inflação, hoje seria de R$ 34,5 milhões.

Entre os executivos delatores está Pedro Novis, presidente do conglomerado de 2002 a 2009 e atual membro do conselho administrativo da holding Odebrecht S.A. O outro é o diretor Carlos Armando Paschoal, o Cap, que atuava no contato junto a políticos de São Paulo e na negociação de doações para campanhas eleitorais.

Ainda de acordo com a Folha, mais de 40 executivos já estão com os termos das delações definidos, incluindo penas e multas a serem pagas.