Maduro convoca Conselho de Defesa para denunciar golpe parlamentar

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou, nesta quarta-feira (26), que o Conselho de Defesa da Nação, convocado por ele, deverá seguir em “sessão permanente”. Maduro convocou uma sessão do Conselho para analisar a sessão da Assembleia Nacional que aprovou a abertura de um julgamento sobre a responsabilidade política dele.

Nicolás Maduro - Divulgação

Maduro chamou o procedimento iniciado pelos parlamentares de “golpe parlamentar” e indicou o caráter permanente do Conselho. “Quero que instalemos uma sessão permanente para atender este momento, esta conjuntura de final de ano, com a maior sabedoria e o critério mais amplo possível”, disse.

A decisão do parlamento – em uma agitada sessão – foi a de iniciar um julgamento político e legal contra Maduro por ruptura da ordem constitucional e abandono a suas funções

Na sessão do Conselho de Defesa, Maduro reiterou o chamado feito ao presidente da Assembleia Nacional e líder da oposição, Henry Ramos, para participar do Conselho de Defesa Nacional e transmitiu o desejo de estabelecer um diálogo. Maduro se disse “um presidente de diálogo” e disse que quer expor a Ramos as “propostas de um país inteiro que tem sabido enfrentar todas as conjunturas”.

O Conselho de Defesa está previsto na Constituição venezuelana. Ela assinala que este é o órgão máximo de consulta para o planejamento e assessoramento nos assuntos relacionados com a defesa da nação. O Conselho foi convocado pela última vez em 2015, quando os Estados Unidos declararam que a Venezuela era uma ameaça à segurança nacional.

O líder venezuelano destacou ainda que a Venezuela nunca viveu um golpe parlamentar, e que o seu governo não permitirá que isso aconteça e reagirá a qualquer ação que tentar prejudicar a democracia do país.

"Se apagarem a luz, vamos agir com mão de ferro e união cívica militar (…) Eu garanto que nada e ninguém pode tirar o seu direito à liberdade, à democracia, à vida" – declarou Maduro.

Nesta quarta, a população foi às ruas e repetiu gritos como "o povo o quer, dissolva a Assembleia" e "Venezuela não é Brasil", fazendo alusão ao impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff.

A oposição do país convocou uma greve-geral de 12 horas para esta sexta-feira (28) e uma marcha à sede do governo no dia 3 de novembro, para exigir a reativação do referendo.