Padilha tenta abafar a crise e dá razão a Renan

Em entrevista durante encontro com a Frente Parlamentar Agropecuária, nesta terça-feira (25), o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), tentou colocar panos quentes na tensão provocado pelas declarações do presidente do Senado, Renan Calheiros, também do PMDB, que chamou o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, de "chefete de polícia".

Renan e Temer - Marcelo Caramrgo Agência Brasil - Marcelo Caramrgo/Agência Brasil

"Eu penso que o ministro Alexandre e o presidente Renan têm contribuído muito para o processo de desenvolvimento das ações entre o Executivo e o Legislativo, e esse episódio em pouco tempo será coisa do passado. Ambos estavam com a consciência de que estavam cumprindo com seu dever", minimizou Padilha, acrescentando que o "tempo irá mostrar que não haverá nenhuma rusga".
A irritação de Renan com Moraes foi por conta das declarações do ministro, que defendeu a operação da Polícia Federal que prendeu quatro integrantes da Polícia Legislativa.

Padilha, que na semana passada disse que o país vive um “clima de normalidade das instituições”, ainda tentou minimizar a crise ao endossar as declarações de Renan, que reclamou da ingerência entre os poderes da República, pelo fato do Senado ter sido alvo de uma operação da Polícia Federal com base na decisão de um juiz de primeira instância, sem autorização do Supremo Tribunal Federal.

"Eu pessoalmente entendo o presidente Renan quando diz que o diálogo com o Senado tem que ser estabelecido pela Suprema Corte. Ele tem razão. Essa é uma posição pessoal, não do governo, mas penso que ele poderia ter pedido, como pediu, que a relação se estabelecesse com o Supremo Tribunal Federal", disse o ministro.

Renan anunciou na segunda-feira (24) que irá entrar com uma ação no STF para definir "claramente" a competência dos Poderes.

O governo Temer tenta se manter distante da polêmica e esfriar os ânimos.