Mercosul vai debater aplicação da cláusula democrática à Venezuela

O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, se encontrou nesta segunda-feira (24) com seu homólogo, Mauricio Macri (Argentina) e em seguida anunciou que o Mercosul vai realizar, em breve, uma reunião para discutir a aplicação da clausula democrática do bloco contra a Venezuela.

Boicote ao Mercosul - Imagens das Presidências da Argentina, Brasil, Paraguai e Itamaraty

"Sobre a cláusula democrática, o Mercosul tem que se reunir para discutir o tema. O Uruguai vai estar presente nesta reunião, na qual iremos discutir com a seriedade e responsabilidade que pretendemos levar adiante no exercício de governo", disse Vázquez, sem informar a data e o local desse encontro.

Em relação à possível aplicação da cláusula, o presidente do Uruguai afirmou que pessoalmente sempre defendeu o "direito soberano de manifestação dos povos" e a "liberdade de dizermos o que pensamos". Já o presidente neoliberal Macri deu sinais de que a Argentina votará a favor do uso da medida contra a Venezuela.

A Assembleia Nacional da Venezuela, controlada pela oposição, tenta articular uma forma de interromper o mandato do presidente Nicolás Maduro antes do previsto. Um dos artifícios foi a proposta de um referendo revogatório, suspenso pelo Tribunal Eleitoral do País até segunda ordem.

Agora, organismos internacionais, entre eles a OEA pedem o diálogo entre as duas partes para estabelecer a paz.

“Na declaração da OEA que o Uruguai assinou, está explícito qual é nosso posicionamento. Queremos que haja uma solução pacífica para essa controvérsia", disse Vázquez, reiterando a necessidade de diálogo entre governo e oposição na Venezuela.

No início de outubro, Macri e o presidente do Brasil, Michel Temer, afirmaram que veem a “necessidade” de a Venezuela “cumprir os requisitos” para integrar-se definitivamente ao Mercosul, uma condição que consideraram como indispensável para o país seguir no bloco.

No dia 13 de setembro, Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil determinaram que a Venezuela, aceita como membro-pleno do Mercosul em 2012, não poderia exercer a presidência temporária do bloco por ainda não ter ratificado todos os acordos necessários.

Argentina, Brasil e Paraguai decidiram, com a abstenção do Uruguai, o que permitiu consenso, que a Venezuela terá até o dia 1º de dezembro para cumprir os requisitos. Caso contrário, o país será suspenso por tempo indeterminado do Mercosul.