Dilma na UFRJ: País vive um “processo de golpe continuado”

A presidenta eleita Dilma Rousseff participou nesta segunda-feira (24) do Ato Nacional Contra a Desconstrução do Estado Democrático de Direito, promovido pela Faculdade Nacional de Direito, na UFRJ. Sob os gritos de “Fora Temer”, a presidenta criticou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, que limita os investimentos públicos por 20 anos, e o golpe contra a democracia. Dilma também rechaçou a perseguição contra o ex-presidente Lula.

Dilma na UFRJ - Mídia Ninja

A presidenta afirmou que o país vive um “processo de golpe continuado” e de “desmonte das políticas sociais”. Para ela, “a PEC 241 é grave”.

“Uma parte expressiva da continuidade do golpe é a perseguição a Lula”, salientou diante de uma plateia que lotou o auditório da UFRJ. Dilma afirmou ainda que a PEC 241 tem por objetivo atingir a saúde e a educação, que são os maiores gastos vinculados às receitas líquidas do governo.

Ela apontou que entre as perdas que virão com a aprovação do projeto estão “remédios para hipertensão e diabetes”. Dilma frisou ainda que o “Bolsa Família sozinho não segura”.

Dilma reafirmou que o processo de impeachment contra o seu mandato foi uma ruptura da Constituição, “um processo sem base constitucional”. E aproveitou para homenagear publicamente o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, seu advogado, que estava presente no evento. “Eu não poderia ter um melhor advogado, sem sombra de dúvida.”

Cardozo, por sua vez, também fez críticas ao governo de Michel Temer. “A democracia brasileira foi violentada, rasgaram a nossa Constituição… estamos vivendo um golpe. O golpe de 2016 que começou a ser construído no dia seguinte da eleição”, afirmou o ex-ministro, salientando que a elite queria um governo de “brancos e ricos”.

Ele lembrou ainda da chantagem feito por Eduardo Cunha, deputado cassado e agora preso pela Lava Jato. Cardozo afirmou que o ex-deputado foi um aliado do golpe e queria que Dilma se curvasse a ele, “mas ela não se curvou e não se curvará”.