Ate mídia reconhece que economia ainda está no atoleiro

Depois de passar meses incensando a "volta da confiança", a imprensa oficial, avalista do golpe parlamentar, finalmente reconhece que a economia brasileira segue no atoleiro, sem exibir qualquer sinal consistente de retomada. Manchete da Folha, construída a partir dos dados pífios do comércio e da indústria, indica que o Brasil não sairá da recessão antes do primeiro trimestre de 2017, realidade confirmada pelo Valor. 

Temer e Meirelles

A dupla Temer e Meirelles, há 160 dias no comando do País e da economia, terá dificuldades para consolidar a tese de que a recessão brasileira é fruto de uma "herança maldita".

O que os fatos mostram é que, desde a posse dos dois, a recessão, em vez de ceder, se aprofundou.

A novidade é que, se antes a mídia oficial, avalista do golpe parlamentar de 2016 vendia esperança e "volta da confiança", ela agora reconhece o estado anêmico da economia brasileira.

Reportagem do Valor desta quarta-feira indica que um PIB trimestral positivo pode ocorrer só em 2017. "O desempenho ruim do comércio e da indústria em agosto e o resultado fraco de alguns indicadores em setembro reforçaram a avaliação de novo recuo do PIB no terceiro trimestre, apontando ainda que a recuperação da economia tende a ficar para o começo do ano que vem. Boa parte dos analistas espera que o PIB tenha uma pequena queda ou fique estável no quarto trimestre, num cenário marcado pela deterioração do mercado de trabalho, endividamento ainda alto de empresas e famílias e crédito escasso e caro", diz o texto.

É a mesma realidade captada pela manchete desta quarta-feira da Folha de S. Paulo. "O fim da recessão econômica, antes previsto para a segunda metade deste ano, corre o risco de ser adiado. Dados mais fracos do que o esperado sobre a atividade divulgados nas últimas semanas têm levado economistas a rever suas projeções", informa o texto, que destaca a queda de 0,6% do varejo e de 3,8% da indústria em agosto.

A realidade nua e crua é que a política do "quanto pior, melhor", executada para promover o impeachment da presidente Dilma Rousseff, provocou a maior recessão da história do País, da qual o "time dos sonhos" de Temer ainda não conseguiu retirar o País.