Presidente da Colômbia tenta salvar acordo de paz com as Farc

 Resultado do plebiscito gera incertezas quanto ao futuro do país. Governo e Farc se dizem dispostos a continuar com as negociações pela paz, mas oposição insiste em mudanças no texto do pacto.

Juan Manuel Santos - Divulgação

Após a vitória do "não" no plebiscito sobre o acordo de paz, o governo colombiano iniciou nesta segunda-feira (4) os esforços para tentar salvar o tratado que pretende pôr fim a 52 anos de hostilidades com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

A vitória apertada do "não" (50,22% dos votos) deixou a Colômbia em terreno incerto. Os mercados financeiros reagiram negativamente, uma vez que contavam com a aprovação do acordo e com o capital político do presidente Juan Manuel Santos para atrair investidores e tentar frear a desaceleração da economia.

Santos e o comandante em chefe das Farc, Timoleón Jiménez, conhecido como "Timochenco", anunciaram que continuarão com os esforços para tentar impedir o reinício dos confrontos. Ambos confirmaram que o cessar-fogo bilateral será mantido.

Apesar de o presidente não ter a obrigação de levar o acordo para aprovação através da consulta popular, ele assim o fez para que tivesse maior legitimidade. Santos, que chegou a afirmar que não tinha um "plano B" em caso de vitória do "não", terá que buscar novas opções.

Vale ressaltar que no dia do plebiscito, domingo (2), um furacão passou pelo país e deixou pelo menos seis municípios em estado de calamidade. Isso impediu que cerca de 4 milhões de pessoas fossem às urnas.